Especialistas apontaram soluções e iniciativas em prol de uma Economia Circular eficiente e importância de valorizar o papel das pessoas na gestão dos resíduos.
Iniciativas e diálogos deram o tom do primeiro painel, intitulado “Economia Circular, Logística Reversa e Recuperação de Resíduos”, do 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos, que começou nesta terça-feira (7 de maio). Promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em parceria com Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), em formato híbrido, na sede FESPSP, em São Paulo, e em plataforma exclusiva, o evento reúne o 16º Seminário Nacional de Resíduos Sólidos e o IV Simpósio Internacional de Resíduos de Saúde. Confira o álbum de fotos do evento.
Conduzida por Paula Bernardes, coordenadora executiva MBA Economia Circular e Inovação da FESPSP, o Painel I foi composto por Luís Veiga Martins, diretor de Sustentabilidade da Nova School of Business and Economics (Nova SBE – Portugal); Flávio de Miranda Ribeiro, conselheiro para Economia Circular do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenador Técnico do MBA Economia Circular e Inovação da FESPSP; e Rodrigo Oliveira, vice-presidente da Associação Brasileira de Operadores de Logística Reversa (ABELORE).
Ações
Durante o bate-papo, Luís Veiga Martins, que estava online, diretamente de Portugal, fez um panorama das políticas realizadas globalmente para o tema. Segundo o especialista, apenas 7% dos resíduos produzidos no mundo foram devidamente reciclados em 2023. Eis que se levanta a questão: como otimizar o processo em um cenário de crise climática e de transição energética?
A situação é ainda mais desafiante segundo alerta Martins: “É preciso ter em mente que o mercado não vai suprir tudo em relação à reciclagem no planeta. Enquanto temos políticas robustas, como adotada nos EUA, a China, que fechou as portas para o transporte de resíduos de países vizinhos, e a Europa que implantou o Pacto Ecológico, os desafios são ainda enormes, haja vista a manutenção e esgotamento de parques eólicos, inovações em reciclagem e a atualização da agenda, que vai desde a ideia do design de produtos até o combate ao greenwashing”, enfatizou o profissional.
Já Ribeiro, da FESPSP, enalteceu os regramentos presentes no Brasil, que estão sendo feitos em prol do alargamento da atuação da reciclagem. “É interessante ver que na Europa os planos são meticulosamente cumpridos. É possível que essas ações possam ser feitas no Brasil, porém é preciso ter uma implementação efetiva aqui. A importância da interconexão em outras agendas é excelente, já que não é restrita à pasta do Meio Ambiente”, frisou. Regulamentar mais a leis, decretos e portarias, no âmbito do tema, em especial a alteração no Código Defesa do Consumidor ao direito ao reparo de itens, como eletroeletrônicos e setor têxtil foi também outro ponto falado pelo conselheiro da ONU.
Por fim, Rodrigo Oliveira, vice-presidente da ABELORE, endossou não somente números, mas a valorização das pessoas dessa jornada. “Na Logística Reversa há diversos atores envolvidos, pessoas que estão nas empresas, que colocam as mãos no que os outros consideram como lixo, nas esferas de governo trabalhando para que o setor faça acontecer. Olhar com essa sensibilidade, os desafios tornam-se mais leves. Fico feliz por estar neste auditório, numa academia, para discutir um tema tão pertinente”, apontou, destacando o artigo 30 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sobre a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, e também disse sobre a rastreabilidade na transparência de dados de resultados dessa cadeia para valorização do principal agente: os catadores.
Paula Bernardes concluiu o debate ressaltando as iniciativas também do poder privado para que a realidade da Logística Reversa reverbere a todos. “É preciso ter coragem e enfrentar as dificuldades para que essa agenda tão urgente dê andamento”, finalizou, passando a palavra para os convidados participarem da sessão de perguntas com os participantes do congresso.
O congresso, que vai até dia 9 de maio, quinta-feira, conta com o patrocínio da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA, Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP), UTD Suzano, A-S-T – Serviços, Soluções e Tecnologia em Meio Ambiente e ENVEX – Engenharia e Consultoria, além do apoio da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS).
O congresso, que vai até esta quinta (9), conta com o patrocínio da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA, Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), UTD Suzano, AST – Serviços, Soluções e Tecnologia em Meio Ambiente e Envex – Engenharia e Consultoria, além do apoio da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS). Confira o álbum de fotos do evento.
Confira a programação aqui.
O 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos ficará dispinível para acesso dos inscritos por três meses após seu término.