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Seminário Internacional de Mudanças Climáticas: cooperação entre países é ponto chave, destacam especialistas do 6º e último painel  

O sexto e último painel, que compôs a programação do segundo dia do seminário da ABES, trouxe experiências do Brasil, Estados Unidos e Portugal. Apresentações demonstraram que a integração de ações é fundamental nos projetos das companhias e municípios e destacaram os legados que as soluções aplicadas nesses países compartilham em prol da segurança climática global.

 Por Equipe de Comunicação da ABES

O painel 6, do Seminário Internacional de Mudanças Climáticas, encerrou a programação do evento com o tema “Soluções Aplicadas ao Enfrentamento das Mudanças Climáticas: cases no Brasil e no Mundo”, para o qual foram convidados Adilson Nunes Fernandes, gerente do Departamento de Recursos Hídricos Metropolitanos da Sabesp; Paula Kehoe, do San Francisco Public Utilities Commission; e Sérgio Barroso, do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU) – Portugal. As apresentações foram coordenadas por Luís Eduardo Grisotto, diretor da ABES-SP e coordenador da Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos da Seção.

A iniciativa, que é patrocinada pela Sabesp, destaca-se por ser um evento neutro em carbono. “As emissões, que são poucas por ser um evento online, são quantificadas, mas a ABES cuidou de agir e realizar a compensação ambiental, por meio do apoio a projetos ambientais”, informou Grisotto.

O coordenador explicou os objetivos do painel, que fechou dois dias de ricos debates consolidados no seminário da ABES: trazer soluções que estão sendo implementadas no Brasil, nos Estados Unidos e em Portugal para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas e das crises hídricas.

Grisotto informou que, entre os exemplos no Brasil, estão sendo apresentados alguns investimentos, soluções e um conjunto de ações bem robustas desenvolvidas no Estado de São Paulo pela Sabesp, que teve uma atuação muito importante nas últimas crises hídricas; os cases internacionais abordam as soluções aplicadas no estado americano da Califórnia, na cidade de São Francisco; e também da capital portuguesa, Lisboa. “Essas experiências envolvem tecnologias e soluções inovadoras. Todas elas têm muita criatividade no seu planejamento e implementação, além de resultados e benefícios bastante relevantes em termos urbanos, ambientais, socioeconômicos e até institucionais. Esperamos que este painel represente uma contribuição para a tomada de decisão das entidades gestoras, inspirando concessionárias, prestadores de serviços, operados e empresas a replicarem esses recursos e métodos em outras localidades”, acentuou. 

A primeira palestra abordou as “Soluções Adotadas no Estado de São Paulo”. Adilson Nunes Fernandes apresentou o case da Sabesp, no qual mostrou um panorama das atividades da companhia e as ações implementadas para o combate da crise hídrica no Estado.

O executivo destacou o período entre 2014 e 2015 configurado como o da pior crise hídrica vivenciada na Região Metropolitana de São Paulo e todo o Estado.  “O volume reduzido de água nos mananciais configurou uma crise sem precedentes e, diante disso, as ações da Sabesp naquele momento foram divididas em quatro estratégias: incentivo à redução de consumo (programa bônus), transferência de água entre sistemas; utilização das reservas técnicas e redução da pressão nas tubulações”, detalhou.

Fernandes falou sobre a importância do sistema Cantareira e ações que foram realizadas a partir de um sistema alternativo de captação, feito em tempo recorde para conseguir abastecer a região metropolitana sem maiores prejuízos. “O legado do Sistema Cantareira, por meio da transposição do Paraíba do Sul, foi uma obra fundamental para o abastecimento da RMSP”, observou.

O executivo discorreu sobre investimentos em segurança hídrica, com destaque para o Sistema Alto Tietê através de obras para sua ampliação com o objetivo de continuar a captação e a transferência entre os mananciais do Estado.

Para combater a crise hídrica, a Sabesp desenvolveu um trabalho robusto, que envolveu investimentos significativos. “As ações valorizaram a implementação de mananciais do sistema integrado, deixando legados importantes para a segurança hídrica do Estado”, declarou Fernandes.

Paula Kehoe abordou as “Soluções adotadas na Califórnia”, para enfrentamento dos eventos extremos decorrentes das mudanças climáticas na região de San Francisco e as soluções aplicadas por meio de ações conjuntas entre empresas e sociedade.

Ela contou como é desenvolvido o trabalho da agência pública em San Francisco no fornecimento de água, energia e saneamento. “Damos água para 2.7 milhões de pessoas, geramos energia solar e hidrelétrica na região. Porém, temos vários desafios no nosso sistema, enfrentamos a seca, por exemplo, na semana passada, e declaramos emergência por falta de água mais uma vez na cidade, entre outros problemas que enfrentamos, como os impactos potenciais de incêndios, infraestrutura antiga, questões de inundações e desafios regulatórios também”, destacou.

Por isso, Paula informou que a agência reconhece que precisa mudar a prática do seu negócio, repensando em como vão tratar e controlar o sistema para combater os impactos das mudanças climáticas. “Estamos atuando de maneira mais integrada e com base na economia circular da água, bem como o exame dos todos os recursos que temos à nossa disposição para aumentar a nossa segurança hídrica”, ressaltou.

A executiva apresentou os projetos em andamento, detalhou os recursos que estão sendo alocados destacando que um deles representa um dos maiores programas de infraestrutura dos Estados Unidos. “Já estamos com 98% desse programa completo, entre outras medidas que acompanham sua implementação junto aos nossos clientes”, salientou, entre outras considerações.

Planejar com antecedência é o ponto chave desse trabalho, destacou Paula. “Utilizamos o planejamento integrado com base nas análises das secas passadas para que consigamos superar os problemas e gerenciar o suprimento de água com a cooperação dos clientes e projetos de inovação”, atentou.  

O painel foi finalizado com a palestra “Soluções adotadas em Portugal”, apresentada por Sérgio Barroso, do Cedru, que mostrou as ações em Lisboa para a adaptação à diversidade climática. “As mudanças climáticas são, de fato, um dos grandes desafios da humanidade neste século, e a preparação para enfrentar esse desafio é gigantesca e fundamental”, salientou.

O especialista apresentou os cenários climáticos que estão sendo estudados e suas políticas implementadas, com um olhar para sistemas sociais. Para falar sobre a experiência em nível local, discorreu sobre o Projeto ClimAdaPT.Local para alavancar a adaptação local em Portugal. “Entre os objetivos estão a melhoria da capacidade dos municípios portugueses para incorporarem a adaptação às alterações climáticas em seus instrumentos de planejamento e em suas intervenções locais”, informou com apresentação dos resultados alcançados pelo projeto até o momento.

Em sua apresentação, Barroso mostrou também a evolução da adaptação local às alterações climáticas na Europa (2002 – 2016), a evolução do planejamento local de adaptação climática em Portugal, entre outras iniciativas, como a Evolução metodológica na adaptação local às alterações climáticas (EMAAC) com os conteúdos essenciais para atingir as metas do país. “Apostamos no aumento da infraestrutura verde em Lisboa”, disse.

Além disso, Barroso listou os desafios futuros para atender às novas exigências climáticas, destacando a necessidade de intensificar as ações internacionais de adaptação às alterações climáticas.

Para finalizar o painel e os trabalhos do Seminário Internacional de Mudanças Climáticas, Luís Eduardo Grisotto parabenizou os palestrantes que salientaram a importância da adaptação inteligente, rápida, sistêmica e cooperada entre todos. O coordenador destacou o quanto as apresentações motivam a ABES a disseminar essas informações com toda a sociedade.

As considerações finais contaram com a participação de Luiz Pladevall, presidente da ABES-SP, que agradeceu todos os palestrantes que compuseram os dois dias de evento, a confiança da Diretoria Nacional da ABES, que em parceria com a ABES-SP e toda equipe, organizou esse importante evento, e o apoio da Sabesp como patrocinadora desta iniciativa. “Nossa associação fica muito orgulhosa em realizar este seminário internacional. Nosso orgulho de ser ABES é isso: entregar um evento de altíssimo nível e conteúdos de qualidade para o nosso público, contribuindo para a melhoria das áreas de saneamento e meio ambiente”, concluiu.

O evento ficará disponível por três meses na plataforma para os inscritos. Para mais informações, clique aqui.

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