O quarto painel do Workshop Mudanças Climáticas e a Gestão do Carbono no Saneamento abordou as oportunidades para a implantação de projetos de descarbonização e adaptação climática, temas que estão no centro das estratégias ambientais globais.
De acordo com a assessora da Diretoria de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar e moderadora do painel, Roberta Kiska Filippini, os palestrantes trouxeram para o debate a adoção de práticas de descarbonização do setor de saneamento, medidas essenciais para a redução das emissões de gases de efeito estufa e o fortalecimento da infraestrutura de adaptação climática, cada vez mais necessária para proteger as comunidades dos impactos climáticos. “Os palestrantes compartilharam suas experiências de como essas práticas são implementadas e o papel transformador do setor de saneamento na construção de uma infraestrutura resiliente e ambientalmente responsável”, explicou.
Os trabalhos foram apresentados por Marco Colombini, coordenador do Programa Pró-Mananciais da Copasa; André Bezerra, professor titular da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) ETEs Sustentáveis; Bernardo Vianna Zuli Machado, gerente do Departamento de Saneamento Ambiental no BNDES; e André Machado, coordenador de Relações Institucionais e Comunicação do Instituto Trata Brasil, que trouxeram algumas oportunidades que permitem comparar as diferentes concepções de ETEs em relação às emissões de gases de efeito estufa e viabilidade econômica.
O professor André Bezerra apresentou dados interessantes sobre as emissões do setor. Por outro lado, Bernardo Zuli, do BNDES, abordou a oportunidade de o setor acessar o fundo do clima, visto que, até então, as companhias de saneamento eram direcionadas apenas para os recursos destinados à universalização.
Já André Machado, do Instituto Trata Brasil, destacou tanto a questão da escassez hídrica e o conflito pelo uso dos recursos hídricos quanto as diversas ações que companhias de saneamento estão adotando, como a recuperação de recursos, a destinação sustentável do lodo, a água de reuso, o uso de energia sustentável com painéis solares, a redução do uso de combustíveis fósseis, entre outras. A soma de todas essas ações pode trazer bons resultados para a descarbonização. Por fim, Marco Colombini, da Copasa, destacou todas as lições aprendidas com o programa de recuperação de nascentes, “Programa Pro-mananciais”.
Roberta pontuou que o setor de saneamento tem particularidades. “Talvez, para o setor, a meta não seja uma descarbonização de Net Zero, mas sim entender o que é um nível residual aceitável, para que as pessoas tenham saneamento, saúde pública, consigamos alcançar o enquadramento dos corpos hídricos e obter uma menor pegada de carbono”, concluiu.