A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção São Paulo (ABES-SP) reflete sobre a necessidade de investir em tecnologias e processos inovadores a fim de promover melhorias para reduzir perdas de água e mitigar as crises hídricas nas cidades.
A escassez de água torna-se uma realidade cada vez mais presente no Brasil e outras partes do mundo, demandando medidas urgentes para assegurar o abastecimento da população.
No país, entre os desafios enfrentados, destacam-se as significativas perdas de água nas redes de distribuição: Cerca de 40 % da água potável e tratada é perdida pelo caminho das estações até a casa dos cidadãos. Vazamentos, infraestrutura precária e deficiências na gestão contribuem para esse cenário alarmante. Nesse contexto, uma das soluções para melhorar este quadro é a eficiência operacional, que se baseia em tecnologias e processos que ajudam a reduzir as perdas de água e mitigar as crises hídricas.
A eficiência operacional desponta como um pilar essencial para o saneamento ambiental, desempenhando um papel vital na melhoria da eficácia do fornecimento de água para todos. Ao adotar essa abordagem, as empresas responsáveis pelo abastecimento hídrico podem, por exemplo, diminuir custos e oferecer serviços mais eficazes nas cidades.
Dentre as medidas viáveis, destaca-se a implementação de sistemas de monitoramento e controle de perdas de água, permitindo a identificação e correção rápida de vazamentos. Além disso, investir em tecnologias de gestão inteligente é crucial, possibilitando o controle do fluxo hídrico, análise de dados em tempo real e identificação de tendências e oportunidades de aprimoramento.
O uso de tecnologias como sensores e medidores para o monitoramento e controle do sistema também é fundamental para identificar pontos críticos, garantindo manutenção preventiva e redução significativa das perdas de água, melhorando continuamente o abastecimento para a população.
“A gestão operacional representa um recurso importante para garantir a segurança hídrica no futuro. Por meio de planejamento, modernização da infraestrutura, investimentos inteligentes e engajamento da sociedade, podemos construir um futuro mais sustentável, com água para todos. Os operadores devem melhorar em muito a gestão, transformando-a em gestão eficiente, através dos seus cadastros técnicos e na busca do cadastro operacional. Precisamos ter certeza de como os sistemas estão operando, somente assim conseguiremos reduzir este volume de perdas.”, destaca o presidente da ABES-SP, o engenheiro Luiz Pladevall, que também é um dos coordenadores da Câmara Técnica de Gestão de Perdas e Eficiência Energética da ABES-SP.
A ABES, membro da IWA (International Water Association), participará com seus associados do Water Loss 2024, em San Sebastián, na Espanha, o 12th International Conference and Exhibition of IWA’s Water Loss Specialist Group, entre 14 e 17 de abril. O congresso é um dos mais importantes do mundo, reunindo os maiores especialistas de todo o planeta para apresentar e discutir novas tecnologias para o combate às perdas na rede de distribuição de água.
O Brasil (Rio de Janeiro) é o país candidato a sede do Water Loss 2026. A candidatura foi apresentada pela ABES e o resultado será anunciado na edição deste ano na Espanha.