Confira o artigo escrito pelo Engenheiro Ambiental Renato Fenerich de Moraes, membro do Programa Jovens Profissionais do Saneamento da ABES-SP, em comemoração ao Dia do Engenheiro Ambiental, 31 de janeiro.
O desenvolvimento da sociedade urbana se deu de forma desorganizada, sem planejamento, o que resultou em um aumento constante dos graus de poluição e degradação ambiental, gerando impactos negativos consideráveis ao meio ambiente e, consequentemente, à nossa qualidade de vida. Os efeitos estão aparentes, reflexos de diversas causas, como a poluição do ar e das águas, saneamento básico deficiente, produção crescente e sem solução de resíduos, entre outros problemas.
Fica evidente que estamos passando por um momento histórico na evolução da sociedade, no qual os valores vigentes não nos servem mais e, dessa forma, iremos aos poucos passar por um processo de transformação para que possamos permanecer nos desenvolvendo e evoluindo, porém através de formas aonde as atividades inerentes ao processo de desenvolvimento não mais prejudiquem os mecanismos de manutenção da vida no planeta. Essa será uma mudança profunda de valores, de conceitos e paradigmas. As sociedades terão de sofrer profundas modificações para que adotem modelos sustentáveis e, para isso, precisamos de novas atitudes, pensamentos e de um novo modo de se fazer ciência.
Dentre os conceitos e paradigmas que nos trouxeram a esta situação atual, podemos citar a visão reducionista da ciência e linear dos processos. A visão reducionista buscar entender e lidar com os problemas separando-o em partes, considerando o todo como a soma das partes, e desconsiderando a inter-relação entre estas. A visão linear dos processos trabalha com ciclos abertos, ou seja, apenas com entrada-processo-saída, na qual o que não foi aproveitado transforma-se em rejeito (lixo), ou seja, um material sem valor que deve ser descartado.
Em oposição, surgiram novos conceitos e paradigmas que buscam nos levar a uma existência humana com mais resiliência e consciência. Dentre estes a visão sistêmica (holística) da ciência e circular dos processos se destacam. A visão sistêmica parte do principio de que os fenômenos apenas podem ser compreendidos com a observação do contexto em que ocorrem, e, assim, busca primeiramente ter o conhecimento do todo, baseando-se na inter-relação e interdependência entre todos os fenômenos (físicos, biológicos, etc.) para, assim, poder atuar em suas partes de forma mais precisa e integrada. Já na visão circular dos processos o princípio é fechar ciclos, como, por exemplo, através da reciclagem e reúso, baseando-se no fato de que todo material resultante do fim de um processo faz parte do inicio de outro, a exemplo de ecossistemas naturais.
E é nesse contexto que a profissão de Engenheiro Ambiental se colocou em evidência, como um profissional que, através das habilidades adquiridas ao longo dos anos de formação, pode atuar como ferramenta de transição neste processo de conciliação de desenvolvimento e melhoria de qualidade de vida com a proteção ambiental, tendo como base os novos paradigmas.
A graduação em Engenharia Ambiental é multidisciplinar, abrangendo as áreas de Biológicas, Exatas e Humanas, o que permite ao Engenheiro Ambiental atuar em todas as áreas relacionadas ao meio ambiente.
Assim, o Engenheiro Ambiental pode atuar em indústrias, empresas, órgãos públicos, etc., seja no meio urbano e/ou rural. Suas atividades podem estar relacionadas, por exemplo, com o diagnóstico, a avaliação, o manejo, o tratamento e o controle de problemas ambientais, além do projeto, implantação e monitoramento da solução. Mais especificamente, podem trabalhar, por exemplo, com projetos na área de saneamento (esgoto, drenagem, resíduos sólidos, etc.); monitoramento da qualidade da água, ar, e solo; remediação ambiental; avaliação dos impactos ambientais de um produto, processo ou atividade; licenciamento ambiental; pesquisa e desenvolvimento; sistemas de gestão ambiental; entre outros.
Abordando um problema atual, recentemente ocorreu, infelizmente, o rompimento de algumas barragens de rejeitos de minérios em Minas Gerais, o que acabou gerando, provavelmente, a maior tragédia ambiental em solo brasileiro. Neste caso, o Engenheiro Ambiental poderia atuar tanto com ações preventivas, anteriores ao rompimento, através, por exemplo, do processo de licenciamento ambiental e dos estudos envolvidos, quanto com ações corretivas e mitigatórias, após o rompimento, visando minimizar os impactos negativos deste desastre, por exemplo, avaliando a dimensão dos impactos, monitorando água e solo, e propondo tecnologias apropriadas que busquem trazer os ambientes afetados o mais próximo possível de suas condições naturais.
Legalmente, a Resolução do CONFEA 447/00 é que determina as atribuições do Engenheiro Ambiental.
Hoje, 31 de janeiro, celebra-se o Dia do Engenheiro Ambiental. A data foi escolhida por ser o dia em que se graduou a primeira turma de Engenheiros Ambientais no Brasil.
Parabéns a todos os profissionais e acadêmicos da Engenharia Ambiental!
Sigamos no caminho, pois temos muito serviço pela frente!
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