Sessão com participação de especialistas da Itália, Banco Mundial, Cagece e USP discutiu o uso da tecnologia pelo mundo e debateu a entrada da solução com mais robustez no Brasil.
A sessão As tecnologias em expansão: dessalinização da Brazil Water Week (BWW) – Semana da Água do Brasil 2024, nesta quinta-feira, 6 de junho, jogou luz sobre a prática que é nova no Brasil, mas já vem sendo aplicada há décadas em outros países como alternativa para ampliar a oferta de água potável. O debate integra o Tema 8 “Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica”.
O mais importante evento internacional de discussão água e saneamento realizado no país é promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).
O moderador José Carlos Mierzwa, professor pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), iniciou a sessão parabenizando a ABES pela proposta do tema, que deve ganhar força nos próximos anos devido às mudanças climáticas e os consequentes períodos de maior escassez hídrica.
Emilio Gabrielli, ex-presidente da Associação Internacional de Dessalinização e consultor Independente na Itália, abriu o debate com uma apresentação que reuniu aprendizados dos seus mais de 50 anos de atuação no setor. Hoje, cerca de 5% da população mundial consome água dessalinizada diariamente, número que deve aumentar vertiginosamente, segundo o especialista, que apontou como a osmose inversa permitiu o aumento da capacidade de dessalinização, mantendo o custo e reduzindo o consumo de energia.
Gabrielli citou Israel e Cingapura como exemplos do uso otimizado da tecnologia dentro de parâmetros de segurança hídrica, mas apontou como o cenário no Brasil é diferente, pois na federação, a responsabilidade é dos estados. Alguns caminhos foram sugeridos na palestra seguinte, quando Zael Sanz Uriarte, especialista em Água e Saneamento no Grupo Banco Mundial, mostrou como destravar potenciais soluções para a escassez de água.
Ele defendeu que políticas, leis e regulações devem ser adaptadas a uma operação maior de dessalinização, respeitando padrões de qualidade e o meio ambiente. Para incentivar esse ajuste, o Banco Mundial tem fortalecido seu papel de apoio no endereçamento de desafios econômicos e de governança.
Em seguida, Silvano Porto Pereira, Analista de Saneamento da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará), apresentou um caso concreto de governança. Ao apresentar o projeto de dessalinização em Fortaleza, Pereira explicou que se trata do uso de uma fonte inesgotável para produção de água potável que diminui a pressão sobre as reservas hídricas dos mananciais e se prova uma alternativa eficiente para produção complementar. A planta de Fortaleza já tem licença de instalação e aguarda o alvará de construção para as próximas etapas.
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