Última sessão da Semana da Água do Brasil debateu modalidades de fomento disponíveis no Brasil e trouxe exemplos de sucesso em inovação da Sabesp.
A sessão Investimentos em inovação e resiliência no saneamento: como se preparar para o futuro do setor da Brazil Water Week (BWW) – Semana da Água do Brasil 2024, nesta sexta-feira, 7 de junho, abordou a importância decisiva da inovação no setor e as possibilidades de fomento disponíveis no Brasil, como as promovidas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em sua quarta edição, o mais importante evento internacional de discussão água e saneamento realizado no país é uma iniciativa pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).
A sessão integra o Tema 7 “Financiamento do setor de saneamento” e foi moderada por Nelson Campos Lima, diretor de Engenharia e Obras no DAEE – São Paulo, diretor da ABES-SP e coordenador desta temática, ao lado de Luis Eduardo Grisotto, coordenador da Câmara Técnica de Recursos Hídricos da ABES-SP e diretor da Seção e da Cobrape (Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos).
Na oportunidade, Nelson também trouxe exemplos concretos de sucesso da Sabesp em gerar inovação no ecossistema.
A palestrante Maria Eduarda Gouvea Berto, especialista Financeira e Institucional do BID, abriu a sessão evidenciando o enfoque holístico do banco, que olha para a inovação pelas perspectivas tecnológica, financeira, de governança e serviços e inovação social. No saneamento, apenas 20% das empresas têm hoje uma unidade dedicada ao tema. Quando se fala em planos concretos de inovação, esse índice cai para 2%.
Segundo Berto, o BID se dedica a iniciativas que promovam soluções inovadoras para serviços universais de saneamento e gestão de resíduos sólidos com segurança. Para isso, há mecanismos de financiamento inovadores, como os títulos e empréstimos temáticos, fornecendo alternativas ao setor.
Henrique Vasquez, Gerente na Finep, contou como a empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) apoia o setor por meio de financiamentos não-reembolsáveis e reembolsáveis, além de investimentos. Segundo ele, a inovação é vista na instituição como o motor do desenvolvimento, mas se revela muito desafiadora, especialmente no saneamento, que envolve sistemas complexos em larga escala.
Cristina Zuffo, Superintendente de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Sabesp, mostrou como isso se dá na prática. A companhia paulista de gestão de água e saneamento é a segunda maior do mundo e investe fortemente em inovação, tendo inclusive um hub que envolve inúmeros parceiros, desde universidades e startups a aceleradoras e agências de fomento.
A Sabesp atua com um processo completo de inovação, que se inicia na identificação do problema, passando por pesquisas, experimentos, testes, validação, qualificação e consolidação. A normalização técnica, que tem relação direta com a qualidade dos materiais e serviços e é mais restrita que a ISO, tem grande participação no sucesso de projetos, segundo Zuffo. Ela citou como exemplo a despoluição do Rio Pinheiros, que alcançou números melhores que a meta três meses antes do previsto.
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