A questão da segurança hídrica global foi foco do debate na quarta-feira (07), último dia do 28º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Ao lado do presidente nacional da Abes, Dante Ragazzi Pauli, Mônica Porto, engenheira, secretária adjunta de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, suplente do World Water Council e membro do Conselho Consultivo da ABES-SP, discorreu sobre a importância da água para o desenvolvimento socioeconômico.
Mônica apresentou, em sua fala, a necessidade de tornar a água e seu planejamento, desenvolvimento e gestão parte da agenda política, assim como a urgência de tornar esse tema uma preocupação de todas as pessoas. A engenheira apontou também os empréstimos anuais médios do Banco Mundial para a hidroeletricidade.
O investimento em infraestrutura hídrica vale a pena? Tal indagação permeou todo o debate. Para Mônica, infraestrutura e desenvolvimento estão intimamente ligadas e, para atingir a segurança hídrica, que se dá quando o impacto líquido da água no crescimento é positivo, é necessário um nível de investimento. “A segurança hídrica é fundamental e está no centro da intercessão entre segurança humana, socioeconomica e ecológica”, ressaltou.
A especialista ressaltou a importância do planejamento, exemplificando com o caso do Sistema de Reservatórios do Paraíba do Sul, cuja falta de planejamento foi acentuada durante a crise das águas no ano passado. “O Rio Paraíba do Sul é um rio caudaloso, um rio grande e há cerca de cinquenta, sessenta anos, foi planejado esse sistema de barragens visando a produção de energia elétrica. Com o passar do tempo, sua água foi cada vez sendo mais utilizada para outros fins que não só o da produção da energia elétrica. Apesar disso não se mudou a meta de operação dos reservatorios da bacia do Paraíba do Sul. A meta continuou sendo a geração de energia elétrica e a gente se apercebeu disso no ano passado, durante o período de seca”, disse a engenheira.
De acordo com Mônica, instituições públicas de gestão de recursos hídricos são essenciais, assim como fiscalização, planejamento de curto, médio e longo prazos ao nível da bacia hidrográfica e o envolvimento do usuário no processo de tomada de decisão. Em sua palestra, Mônica Porto apresentou também a situação do mundo em desenvolvimento e as metas do milênio para a água potável e o saneamento básico.
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