Especialistas do governo, da sociedade civil e da academia discutem como o Brasil está se preparando para sediar a COP 30, que será realizada na cidade de Belém, no Pará, em 2025.
As mudanças climáticas e a COP 30 foram tema de debate nesta quinta-feira, 9 de maio, último dia do 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos. Realizado Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), por meio da Câmara Temática de Resíduos Sólidos, em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o evento aconteceu na sede da instituição de ensino, na capital paulista, e virtual, em plataforma exclusiva.
Com o tema “Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos: Construindo Cidades Inteligentes”, o congresso reuniu o 16º Seminário Nacional de Resíduos Sólidos e o IV Simpósio Internacional de Resíduos de Saúde. Em três dias (de 7 a 9), foram 12 painéis, além de outras palestras, acompanhadas por um público de cerca de 600 pessoas, presencialmente e online. Confira o álbum de fotos do evento.
A moderação do painel XI “Mudanças Climáticas e COP 30” ficou por conta de Claudia Echevenguá Teixeira, líder do Núcleo de Sustentabilidade e Baixo Carbono do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Participaram como palestrantes: Breno Cesar de Oliveira Imbiriba, do Instituto de Geociências (IGEOG) (virtualmente); Ana Paula de Souza Silva, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); Adriana Falconeri, presidente Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA) e Inamara Melo, coordenadora geral de Adaptação na Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Inamara Melo também participou de forma online devido à emergência climática que devastou o Rio Grande do Sul, deixando mais de 330 cidades debaixo d’água após episódios de chuvas extremas. De acordo com ela, o que ocorreu no RS demonstra o quanto o país está despreparado para lidar com as mudanças climáticas e advertiu: “Pesquisas apontam que o aumento de temperatura pode ultrapassar os quatro graus se não tomarmos nenhuma providência”. Segundo a coordenadora, para lidar com o desafio, o governo está trabalhando com metas ousadas no Plano Nacional sobre Mudança no Clima.
Os especialistas abordaram também os impactos e a preparação para que Belém, no Pará, sedie a COP 30, que vai contar com dezenas de obras como portos, canais dragados e asfaltamento de ruas, entre outros. Mas Breno Imbiriba, do IGEOG, ressaltou: “Não há nenhum projeto de aterro para a cidade. Não há nenhuma previsão de verba para a questão do resíduo sólido em Belém”.
Como a utilização da biomassa pode ajudar na transição energética substituindo combustíveis fósseis, especialmente em comunidades isoladas, como na Amazônia e como profissionais qualificados podem ajudar na preparação da cidade de Belém para sediar o maior evento ambiental do planeta também foram destaque no painel.
Os inscritos no 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos poderão acessar todo o conteúdo apresentado durante os três dias por três meses na plataforma do evento.
O 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos contou com os seguintes patrocinadores: Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea, UTD Suzano, AST – Serviços, Soluções e Tecnologia em Meio Ambiente e Envex – Engenharia e Consultoria, além do apoio da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS).