Em pleno Dia Mundial do Meio Ambiente, participantes da BWW trouxeram a pauta do entendimento, aprendizado e prevenção de riscos em tempos de crise climática.
Chuvas intensas, secas permanentes, variações de temperatura. Como prever e prevenir consequências mais graves em tempos de fenômenos climáticos extremos e severos? Esse questionamento foi a pauta da Sessão 8.1 – “Sistemas de acompanhamento e previsão de eventos críticos”, do Tema 8 – Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Segurança Hídrica, ocorrida na manhã desta quarta-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, durante a 4ª edição da Brazil Water Week (BWW) – Semana da Água do Brasil. Considerada a mais importante conferência internacional de discussão de água e saneamento realizada no país, a iniciativa da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) é realizada em plataforma online exclusiva e interativa.
Eduardo Mendiondo, coordenador Científico da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), foi o moderador da conversa, que teve como debatedores Alessandra Couri, coordenadora das Salas de Situação da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), Anderson Ruhoff, professor adjunto do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS).
“A articulação entre diversos níveis é fundamental. Se faz necessário firmarmos ainda mais parcerias com Defesa Civil, competências técnicas e cientificas para salvaguardar as populações a esses eventos que já estão despontando, sendo prolongados e contínuos”, disse Mendiondo.
Em sua apresentação, Alessandra Couri contextualizou as ações da ANA em relação ao tema, como as mais de 4 mil estações da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN). Também falou das Salas de Crise, a Sala de Situação, criada em 2009, e a fundação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em 2012, este último criado por conta das cheias à época na região serrana do Rio de Janeiro.
Acrescentou ainda que em todas as entidades da federação, por meio de acordos de cooperação, contam com Salas de Situação. “E não são acionadas apenas quando já está instalado o problema, mas são monitoradas recorrentemente as bacias hidrográficas, gerando boletins e inventários. Destaco também a medição de níveis de referências, essencial para acompanhar o estágio hidrológico de rios e reservatórios”, frisou, também apontando outras ferramentas, como o Atlas de Vulnerabilidade e Monitor de Secas.
Ruhoff, por sua vez, compartilhou os aprendizados obre a situação recente que o Rio Grande do Sul se encontra. Para tanto, fez um retrospecto de episódios ocorridos no Vale do Taquari, setembro 2023, e a cheia histórica de 1941, fazendo comparativos e enaltecendo a importância do fortalecimento dos sistemas de monitoramento.
“As chuvas serão mais frequentes e precisamos estar melhor preparados, em especial sobre fenômenos meteorológicos já conhecidos, como El Niño e La Niña. Vale lembrar que em 2019, o Rio Grande do Sul passava por uma seca extrema. É importante fortalecer o monitoramento e geração de alertas em várias frentes”, ressaltou o especialista.
Cultura de prevenção, investimentos em Defesa Civil, alertas por órgãos municipais e estaduais, fomento em pesquisa universitária, capacitação e treinamento à população em situações de desastres foram também discutidos na sessão.
BWW Connection
O primeiro bate-papo do intervalo desta quarta-feira (5) foi com Nivaldo Rodrigues da Costa Junior para comentar sobre o tema da primeira sessão, “Sistemas de acompanhamento e previsão de eventos críticos”.
Nivaldo é superintendente de Desenvolvimento Operacional da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e vice-presidente da ABES São Paulo e coordena o tema 2 – Tratamento de esgoto/ETEs sustentáveis ao lado de Gustavo Posseti, gerente de Pesquisa e Inovação da Companhia de Saneamento do
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