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Lenin Villalba, membro da AEISA, integrará I Painel Internacional de Resíduos Sólidos

Associação Equatoriana de Engenharia Sanitária e Ambiental é uma subsidiária da AIDIS.

Por Jéssica Marques

Diretamente do Equador, o engenheiro civil Lenin Villalba vai integrar o I Painel Internacional de Resíduos Sólidos. As palestras serão realizadas durante o 14º Seminário Nacional de Resíduos Sólidos, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, realizado em parceria com a DIRSA, que é a Divisão de Resíduos Sólidos da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental – AIDIS.

Lenin é membro da Associação Equatoriana de Engenharia Sanitária e Ambiental – AEISA, uma subsidiária da AIDIS. Além disso, o profissional também é integrante da DIRSA. O seminário será realizado online de 16 a 18 de março de 2021. As inscrições podem ser feitas no site do evento (acesse aqui).

Na ocasião, os palestrantes abordarão o impacto da covid-19 no setor de resíduos sólidos na região da América Latina e Caribe, trazendo experiências e medidas aplicadas em relação à geração, coleta e tratamento de resíduos, regulação dos serviços, impacto na saúde dos trabalhadores do segmento e as consequências do processo na sociedade.

Durante o painel, Lenin vai falar sobre o impacto da pandemia nos sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos do Equador e da capital, Quito. A apresentação será feita em conjunto com o representante da DIRSA – Equador, Francisco De La Torre (leia entrevista aqui).

Lenin Villalba é formado em Engenharia Civil, com mestrado em Engenharia Ambiental e em Gerenciamento de Projetos. O profissional possui experiência em consultoria nas áreas de saneamento ambiental e gerenciamento ambiental, com 18 anos de experiência no desenvolvimento de projetos relacionados ao Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos.

Ao Portal da ABES, o engenheiro detalhou as expectativas para o evento e explicou o funcionamento do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos do Equador. Confira a entrevista com Lenin, na íntegra:

ABES – Quais são as suas expectativas em participar do I Painel Internacional de Resíduos Sólidos?

Lenin Villalba – O I Painel Internacional de Resíduos Sólidos é um evento no qual será possível compartilhar e disseminar as experiências em gerenciamento integrado de resíduos sólidos na região. O painel contribuirá para a implementação de boas práticas no gerenciamento de resíduos sólidos e ainda promoverá o conhecimento sobre experiências no gerenciamento de resíduos em situações pandêmicas.

ABES – Em sua opinião, qual é a importância da realização deste evento?

Lenin Villalba – O evento reúne especialistas de vários países com alto nível de conhecimento e experiência na proposta e implementação de projetos de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, o que permitirá aos participantes e ao público um amplo conhecimento dos tópicos a serem discutidos.

ABES – Que contribuições sua participação trará para o evento?

Lenin Villalba – Com nossa participação, contribuiremos para a disseminação da experiência do país no gerenciamento de resíduos em tempos de pandemia. Abordaremos os desafios que os administradores públicos e privados de gestão enfrentaram para superar as dificuldades nesta situação de emergência sanitária, ao mesmo tempo em que poderemos avaliar as experiências na região para replicar em nível local.

ABES – Como são geridos os resíduos sólidos no Equador?

Lenin Villalba – Em nível nacional, a responsabilidade pela prestação de serviços de gerenciamento integrado de resíduos sólidos é dos governos municipais, com diretrizes do Ministério do Meio Ambiente e da Água, responsável pelo setor.

Cada governo local responde às demandas de sua população implementando modelos de gestão de acordo com as realidades locais. Estes modelos tentam implementar, na medida do possível, processos para a valorização e utilização de resíduos.

ABES – Quais são as experiências mais bem sucedidas no setor de resíduos sólidos no Equador?

Lenin Villalba – Há muitas limitações por parte dos governos locais para desenvolver projetos de sucesso. No entanto, podemos mencionar alguns municípios que têm modelos de gestão sustentável, como é o caso de Cuenca, que possui o índice de gestão mais alto em nível nacional. Isto é reforçado por um grande apoio das autoridades locais para a continuidade do processo.

Por outro lado, a criação de Commonwealths (comunidades) foi impulsionada para a gestão integrada de vários municípios, como por exemplo o povo Cañari. Entretanto, existem projetos emblemáticos que não foram implementados devido a questões políticas e falta de financiamento.

ABES – De modo geral, o que poderia ser feito para melhorar o sistema de resíduos sólidos do país, em sua avaliação?

Lenin Villalba – Estruturar melhor a estrutura institucional do órgão dirigente, assim como fortalecer as capacidades dos governos locais na gestão integrada dos resíduos sólidos. Por outro lado, devem ser estabelecidas políticas públicas para implementar os princípios da economia circular, que tem como um de seus eixos articuladores o máximo aproveitamento dos resíduos gerados.

ABES – Qual foi o impacto da pandemia do coronavírus no gerenciamento de resíduos sólidos no Equador?

Lenin Villalba – Em nível nacional, os governos municipais não estavam preparados para realizar planos de emergência nesta situação. Entretanto, o governo federal, por meio do Comitê Nacional de Operações de Emergência – COE, implementou medidas emergenciais para conter a emergência sanitária. Entre as medidas implementadas estavam o desenvolvimento de protocolos para o gerenciamento de resíduos sólidos em pandemia, assim como medidas para o gerenciamento de resíduos perigosos. 

ABES – Quais foram as principais medidas adotadas neste período no que diz respeito à geração, coleta e tratamento de resíduos?

Lenin Villalba – Em geral, os serviços de coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos não foram suspensos. Houve um esforço permanente dos governos municipais para manter a cobertura de serviços.

Os sistemas foram restritos à coleta e confinamento de resíduos em aterros sanitários ou lixões controlados. Entretanto, a triagem, separação e recuperação de materiais foram suspensos devido ao risco de exposição ao vírus. Com relação aos resíduos sanitários, os serviços de coleta e tratamento foram realizados pelos governos municipais com o apoio de gerentes ambientais qualificados.

ABES – O que foi feito em prol da saúde dos trabalhadores que coletam os resíduos sólidos?

Lenin Villalba – Um dos maiores desafios na gestão de resíduos sólidos tem sido garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores nos sistemas de coleta. Os governos locais multiplicaram seus esforços na implementação de protocolos de biossegurança no trabalho e lhes forneceram equipamentos de segurança. Entretanto, houve um alto nível de problemas de saúde e muitos casos de contágio.

Outro grupo vulnerável a este respeito tem sido os coletores de materiais recicláveis de base, que suspenderam o trabalho de recuperação de material, mas com o tempo acabaram sendo forçados a continuar o trabalho de recuperação por meio de campanhas junto ao público.

 

 

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