
Por Cássia Torres, da ABES-MG
Com auditório lotado, teve início na manhã desta terça-feira, 15 de outubro, em Belo Horizonte/MG, o 6°Seminário Nacional de Gestão de Perdas e Eficiência Energética, organizado pela Câmara Temática de Gestão de Perdas e Eficiência Energética da ABES na sede da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). O encontro reúne até esta quarta, 16, (veja aqui a programação), especialistas de diversas áreas do saneamento do Brasil com o objetivo de compartilhar conhecimentos e experiências práticas para o enfrentamento das perdas de água e a busca de eficiência energética nos sistemas de abastecimento.
Na abertura, o Presidente da ABES Seção Minas Gerais (ABES-MG), Rogério Siqueira, representando o Presidente nacional da ABES, Roberval Tavares de Souza, saudou os participantes e parabenizou todos os professores [por seu dia, 15 de outubro], e associados da ABES, que contribuem para a melhoria do saneamento no país.
Rogério agradeceu a parceria com a Copasa para a realização do evento na capital mineira. Ele destacou a importância do debate para a mudança de paradigma nas empresas de saneamento na busca pela redução das perdas. “Espero que possamos colher bons frutos dos debates aqui estabelecidos com resultados positivos para o saneamento do país”, disse
O Presidente da Copasa, Carlos Tavares, cumprimentou o público, afirmando que a presença maciça denota o sucesso do evento. Tavares relembrou sua participação no Congresso da ABES, em junho deste ano, e falou do aprendizado que esses debates trazem para o avanço do saneamento. Ele destacou ainda que a eficiência precisa estar na essência da operação dos sistemas de abastecimento. “Não existe mágica na redução de perdas mas sim trabalho permanente e investimento em tecnologia”, frisou.
Para Anderson Aguilar, secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, esse evento é mais um contribuição exitosa da ABES para a melhoria do saneamento e das questões ambientais no estado. “A ABES-MG é uma entidade muito participativa e atuante que traz rica contribuição aos conselhos ambientais do Estado e esse seminário certamente deixará um legado importante nesse momento de crise hídrica”, ressaltou.
Para o gerente de Águas Urbanas de Belo Horizonte, Ricardo Aroeira, que representou o prefeito Alexandre Kalil, debater perdas nos sistemas de abastecimento é de suma importância para alcançarmos a universalização dos serviços.
Na opinião do diretor da Arsae-MG, Antônio Claret, discutir perdas é de suma importância nesse momento em que está em pauta o novo marco regulatório do saneamento. Segundo ele, a discussão tem que ser em torno da eficiência e não, se o serviço é público ou privado. “Parabenizo a ABES por trazer esse debate a Minas Gerais”, disse.
Para finalizar, o coordenador da Câmara Temática de Gestão de Perdas, Ricardo Röver Machado, relembrou as edições anteriores e destacou a importância dos profissionais estarem sempre se atualizando. Nesse contexto, de acordo com ele, o seminário busca contemplar o debate sobre as principais tecnologias e práticas exitosas.
Painéis
A Palestra Magna de Abertura foi realizada pela especialista Milene Aguiar, da Acquaconsult, com moderação de Carlos Eduardo Tavares, da Copasa. Milene abordou o tema “Custo benefício para investimento em perdas”.
O Painel 2 falou sobre sobre “Medição: Perdas Aparentes” e contou com a participação de Arnaldo Reis Carvalho Filho, da Copasa, com o tema “Ações da hidrometria na redução das perdas aparentes; e Leonardo Ferreira, do SAAE Itabira, com “Algoritmo definição troca hidrômetros”. Neste cenário, os especialistas apresentaram elementos importantes relacionados à medição e aplicáveis à redução das perdas aparentes. A moderação ficou por conta de Maria do Carmo Varella Bastos, da Conecta Engenharia e Representações Ltda.
“Os palestrantes foram felizes nessa apresentação, pois é um tema de extrema importância para garantir a eficiência na hidrometria”, destacou Maria do Carmo. “A hidrometria é o controle da micromedição que comparamos com a macromedição. É o primeiro passo para conhecer e dar o primeiro passo para fazer o diagnóstico da situação. O controle de perdas, o início, o startup seria o controle da micro. Para garantir a eficiência da micro, tem que ter equipamentos com tecnologia conhecida, reconhecida e avançada”, explicou. “O Arnaldo Filho falou sobre a utilização do ultrassom que não tem partes móveis e é uma tendência. Apresentou um programa avançado de controle e monitoramento da situação dos hidrômetros na Copasa, fazendo uma interface com o consumo e a localização do cliente para fazer um cadastro apurado. Depois, sobre o futuro do IoT, que fiquei interessada em saber. É a internet das coisas, tecnologia do futuro e a Copasa já está focada nisso. Fiquei surpresa e achei bacana”, contou Maria do Carmo. “Quanto ao Leonardo Ferreira, é uma concessionária menor, mas estão envolvidos nesse controle por meio de projetos e internet de algoritmos”, concluiu.
O terceiro e último painel do dia aprofundou o tema “Perdas Aparentes: Consumo não autorizado”, com apresentação de casos de sucesso e troca de conhecimentos e experiências sobre o abastecimento de aglomerados subnormais. Com moderação de Gustavo Corgosinho Cardoso, da ARSAE-MG, o debate contou com a participação de Ronaldo Serpa, da Copasa, que falou acerca das “Perdas em aglomerados subnormais – Diretoria Metropolitana de Belo Horizonte”; e Eliane Horcaio, da Sabesp, que abordou a “Redução de perdas em áreas de alta vulnerabilidade social por meio de contrato de performance”.
“Quero parabenizar à ABES por fazer esse evento a nível nacional e convidar vários parceiros importantes como Sabesp, Copasa, SAAE e profissionais do mercado que atuam na área”, enfatizou Gustavo Corgosinho Cardoso, da ARSAE-MG. “O tema é extremamente relevante para a discussão, não só pelo desperdício que tem a perda para as tarifas, mas pelas alterações climáticas. Regiões que não sofriam com crise hídrica e agora sofrem. Há uma necessidade de otimizar esse recurso hídrico tão importante. É preciso conhecer onde estão e como tratar as perdas”, argumentou. Segundo ela, há perdas reais, aparentes e do faturamento. São dificuldades que o setor enfrenta para poder apresentar para a sociedade um índice que representa desperdício por parte do prestador, prosseguiu. “Os outros têm como consequência características da sociedade, como se organiza e necessita de água. Costumo dizer que quem está vivo, está hidratado. Se não paga, está pegando água de algum sistema do vizinho ou da companhia. É um problema social, que tem que ser enfrentado com inteligência”, frisou. “Como vimos aqui com contratos de performance, inclusão dessas pessoas na sociedade, com dignidade e ter uma conta que seja acessível para o orçamento deles. É um ponto importante de discussão. O evento é o melhor espaço para isso”, destacou.
Dicas, comentários e sugestões