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Membro da ABES-DF participará na Argentina do 3º Congresso Interamericano de Mudanças Climáticas da AIDIS. Leia a entrevista sobre o tema

Por Suely Melo

O engenheiro Gilberto Antonio do Nascimento, membro do Conselho Consultivo da ABES Seção Distrito Federal (ABES-DF), estará presente na terceira edição do Congresso Interamericano de Mudanças Climáticas, que será promovida pela Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental – AIDIS, de 8 a 10 de maio, em Buenos Aires, na Argentina. O evento, que conta com o apoio da Associação Argentina de Engenharia Sanitária e Ciências Ambientais – AIDIS Argentina, terá como tema central “Resiliência frente às Mudanças Climáticas na América Latina”.  A ABES é o capítulo brasileiro da AIDIS.

Na entrevista, a seguir, Gilberto fala acerca do tema, que será um dos eixos temáticos da RIO WATER WEEK  – Semana da Água do Rio , evento internacional que será promovido pela ABES, de 26 a 28 de novembro, no Riocentro, Rio de Janeiro.

Segundo o engenheiro, o relançamento da Câmara Temática de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da ABES, há quase um ano, colocou o assunto em destaque na agenda da entidade para o debate e o encaminhamento das questões técnicas e institucionais.

Leia a entrevista

ABES Notícias – O último relatório do IPCC aponta diversos impactos das mudanças climáticas para o Brasil, como reduções da recarga dos lençóis freáticos na Região Nordeste e dos recursos hídricos, além colocar em risco a biodiversidade e os ecossistemas na Amazônia. Qual é a sua visão sobre o envolvimento do Brasil – dos profissionais ligados ao meio ambiente -, e, principalmente, do poder público na discussão deste tema?

 

Gilberto Antonio do Nascimento – O país e os profissionais do setor ambiental têm tratado o tema de forma abrangente em diversas ocasiões, mas ainda precisamos avançar. Necessitamos de um maior conhecimento técnico sobre as áreas já afetadas e potencialmente em risco, a exemplo da Amazônia, do Cerrado e do litoral. Esse conhecimento, integrado a um planejamento territorial econômica e socioambientalmente sustentável pode reduzir bastante o impacto das alterações climáticas.

O poder público tem o grande desafio de incorporar a perspectiva das mudanças climáticas em todos os níveis de governo. Para isso, se torna essencial a definição clara de parcerias e sinergias possíveis com o setor privado e terceiro setor, tendo a ABES papel de relevo por sua expertise e atuação efetiva no saneamento ambiental.

 

ABES Notícias –  Como é possível tornar o tema das alterações climáticas mais presente na sociedade brasileira, como conscientizá-la a esse respeito? Quais são os principais desafios, neste sentido?

Gilberto Antonio do Nascimento – Esse tema pode e deve ganhar mais visibilidade com estratégias como a divulgação de informações técnicas em linguagem acessível à população, em eventos locais e regionais de grande visibilidade e na rede de ensino.

Também devem ser melhor divulgados os bons exemplos das práticas já existentes de proteção de mananciais, captação de água, sua reservação e incentivo ao uso racional pela população.  São grandes desafios: a mudança de cultura em relação à disponibilidade ilimitada de água, ao uso racional de energia e aos padrões de uso e ocupação do solo.

 

ABES Notícias – Qual é a contribuição deste evento da AIDIS para o Brasil?

Gilberto Antonio do Nascimento – Esse evento reúne a experiência dos países latino-americanos no setor. Assim, o Congresso de Mudanças Climáticas em Buenos Aires será uma mostra representativa e atual das políticas, das formas de planejamento e gestão e da tecnologia sendo implementada em nossos vizinhos latino-americanos. Com algumas de nossas principais bacias em comum e importantes relações econômicas e socioambientais com esses países, esse conhecimento contribuirá com novas possibilidades de avanços na agenda das mudanças climáticas no Brasil.

 

ABES Notícias  – Qual  é o papel da América Latina neste tema?

Gilberto Antonio do Nascimento – Sendo o continente da Amazônia, com grandes bacias hidrográficas, extenso litoral, e com uma economia intensiva em nível mundial, a América Latina tem papel de relevo no cenário das mudanças climáticas (com destaque para o Brasil). Assim, seu papel é decisivo nas negociações estratégicas, a exemplo das definições para as metas nas emissões de carbono e aquecimento global.

 

ABES Notícias – Poderia comentar sobre a participação da ABES no evento? Como você vê a discussão dentro da entidade e de que forma ela poderia contribuir mais com estas questões?

Gilberto Antonio do Nascimento – Como representante da AIDIS no Brasil, a ABES  participa realizando o intercâmbio e atualizando o panorama técnico no tema, e também contribuindo com a disseminação de informações para os colegas latino-americanos.

Há alguns anos as mudanças climáticas não constituíam uma agenda definidora das políticas do setor de saneamento. Com os impactos já ocorrentes e cenários previsíveis, há necessidade de revisão nas concepções dos programas, desde as questões ligadas à energia até as tecnologias sendo praticadas.

Com o relançamento da Câmara Temática de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, há quase um ano, o tema ganhou destaque, compondo uma agenda objetiva da ABES para o debate e o encaminhamento das questões técnicas e institucionais.

A contribuição maior será via uma agenda com os setores público e privado, pondo em relevo as demandas para o saneamento frente às mudanças climáticas. Nesse âmbito citamos o evento Rio Water Week – Semana da Água do Rio, no qual mudanças climáticas será item relevante dentre os eixos temáticos.

 

ABES Notícias  – Gostaria de mencionar algum trabalho seu sobre o assunto?

Gilberto Antonio do Nascimento – Tenho atuado nesse tema em diversas ocasiões.  Fiz parte da equipe de estruturação do Programa de Créditos de Carbono no setor de Resíduos Sólidos para Financiamento de Aterros Sanitários, desenvolvido pela CAIXA e Banco Mundial.

Em minha principal área de atuação no momento, avaliação de conformidade socioambiental de projetos para financiamento, as condições de adequação às mudanças climáticas serão cada vez mais exigidas nos projetos, em função dos riscos a serem minimizados. Um exemplo é a exigência da apresentação das emissões de carbono previstas em cada empreendimento.

Em diversos eventos recentes em que participei, a exemplo do I Congresso Internacional de Engenharia de Saúde Pública e Ambiental  e dos Fóruns Mundial e Alternativo da  Água, os diversos itens relacionados às Mudanças Climáticas foram destaque nos debates e moções.

 

ABES Notícias – Como será a sua participação no evento?

Gilberto Antonio do Nascimento –  Considerando que esse tema precisa ser incorporado daqui por diante aos planos diretores, às concepções de soluções e às tecnologias a serem implementadas em saneamento ambiental, minha participação busca o debate construtivo com colegas e uma atualização em relação à realidade latinoamericana no tocante à adequação às mudanças climáticas. O objetivo é uma melhor contribuição à atuação da ABES e um aprimoramento na atuação profissional.  Nesse evento não vou apresentar trabalho ou palestra.

 

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