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Silubesa 2024: transição energética e matrizes sustentáveis brindam primeiro debate no último dia do evento

Soluções em gerar energia sem agredir o meio ambiente e abarcar seu acesso com participação da comunidade nortearam as palestras no Painel 8, ocorrido na manhã de sexta-feira (30), sob moderação da presidente nacional da ABES, Vanessa Brito. O conteúdo do simpósio ficará disponível por três meses na plataforma do evento.

Como a transição energética pode ser a mola propulsora para a preservação de recursos, manutenção de sistemas e operações e, consequentemente, universalização de bens tão importantes para a vida, como a água, saneamento e luz, em tempos de crise climática e a ação danosa do homem?

Este questionamento e outros insights nortearam o Painel 8 do 21º Silubesa – Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, que acontece alternadamente no Brasil e em Portugal a cada dois anos, uma parceria entre a ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, APRH– Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos e APESB – Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental.

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Com o mote “Meio Ambiente e Transição Energética – Energia Limpa: construindo sustentabilidade”, o painel promovido na manhã de sexta-feira, 30 de agosto, último dia do evento, foi moderado por Vanessa Britto, vice-presidente nacional da ABES, e contou com as presenças de José Carlos Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e Luiz Carlos Sousa Silva, coordenador de Preservação de Mananciais e Segurança de Barragens da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) e vice-presidente da Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob).

“Esse tema está em ascensão, e esse assunto não é só pertinente aqui no Brasil, mas também em Portugal. A transição energética é uma necessidade, uma realidade”, endossou Vanessa Britto, abrindo os trabalhos no painel.

José Carlos Pimenta Machado, em seguida, começou sua apresentação alertando sobre como a crise climática não é mais distante, mas uma demanda muito presente no dia a dia de todas as pessoas.E traçou um panorama de como a APA está atuando em inovações no setor hídrico, eólico e fotovoltaico para redução de emissões, em conformidade com o Acordo de Paris.

“Temos metas ambiciosas em nossos planos de energia e clima para 2030, que envolvem desde redução de ruído até melhorias nos impactos nos transportes, na mobilidade, algo que considero ainda como o nosso calcanhar de Aquiles. Contudo, temos pontos que nos orgulhamos: somos o quarto país entre os Estados-membros da União Europeia com maior incorporação de Fontes de Energia Renovável (FER) em produção de eletricidade, libertando-se do uso de carvão”, frisou.

Além da energia, água, resíduos e descarbonização foram outros assuntos destacados por Machado, exemplificando algumas aplicabilidades, como a participação da comunidade do município de Guimarães, com a temática da água. “Falar de transição energética e de meio ambiente não pode ficar de fora o papel das cidades e dos cidadãos. É preciso a monitoração e sistemas de reporte, conscientização por meio de ações educativas com a população, incentivo à habitação e implantação de hortas comunitárias, além de adaptação, com bacias de retenção durante chuvas, e resiliência em tratar da circularidade da água, nas estiagens”, arrematou.

Após Machado, Luiz Carlos Sousa Silva fez sua exposição, enaltecendo o tema do 21º Silubesa em um momento tão crucial que o planeta está passando: “Estamos vivendo uma crise climática proeminente, que pede uma mudança urgente da transição energética ante o uso de combustíveis fósseis. Estamos vendo queimadas, índices de poluição severos e se não houver essa mudança, todas as cadeias perdem: a econômica, a social, a política”, enfatizou.

Silva endossou que o Brasil, em sua extensão territorial comparada a de continentes, tem todo o potencial para a transição energética, com recursos como sol e vento em boa parte do ano. Para o gestor, essa mudança não pode partir apenas de um grupo empresarial ou da academia, mas de todas as pessoas. “A mudança mais difícil não é operacional, mas cultural. O Brasil dobrou sua frota de veículos, porém ainda as escolhas são para a gasolina e o diesel. As hidrelétricas ainda são geradas por meios agressivos ambientalmente falando. Talvez com barateamento da energia fotovoltaica ou mesmo a popularização da energia eólica podem ser alternativas ainda mais viáveis, tornando o Brasil um exemplo para outros países”, disse.

Também exemplificou as atividades da DESO em relação à questão climática, como a ação DESO +Verde, criada em 2019 e com ações conjuntas desde 2021.O objetivo e foco está no replantio de árvores, por meio de entregas de mudas em áreas de preservação permanente, bem como urbanas e rurais. Segundo a Companhia, foram realizadas parcerias com o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) e o Instituto Vida Ativa (2021), e em 2023 foi atingida a marca de 100 mil mudas entregues.

Em 2024, o 21º Silubesa ocorreu em Recife/PE, de 28 a 30 de agosto de forma híbrida, com o objetivo em contribuir para o desenvolvimento da engenharia sanitária e ambiental, possibilitando a atualização técnico-científica, de profissionais e estudantes, em uma expertise entre os países de língua portuguesa. Com o tema central, “Água e Nosso Futuro”, as palestras ficarão disponíveis por 90 dias na plataforma do evento para os inscritos no menu Reveja.