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ABES e Seção SP reúnem especialistas para apresentar resultados da Campanha de Logística Reversa de Medicamentos

A Campanha “Remédio: não usou descartou” une Ciência, Universidade, Empresa e a Sociedade Civil. Encontro com parceiros da iniciativa voltada para toda a sociedade civil foi realizado nesta quinta (30), na sede da ABES-SP, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube. Estiveram presentes Luiza Helena Trajano, do Grupo Mulheres do Brasil; Soraya Smaili, da Unifesp; Serafim Branco Neto, da Abrafarma; Diego Paludetti, do Sindusfarma; e Oscar Yazbek Filho, da Abafarma. Além de Roseane Garcia e Dante Ragazzi Pauli, coordenadores das Câmaras de Resíduos e de Comunicação da ABES.

Com a proposta de fazer um painel dinâmico para a apresentação do que está sendo feito de melhor em prol de um importante tema na área de resíduos para a sociedade civil brasileira, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, em parceria com a Seção São Paulo (ABES-SP), realizou, nesta quinta-feira, 30 de novembro, por meio das Câmaras Temáticas de Resíduos Sólidos e de Comunicação da entidade, o Encontro da Campanha de Logística Reversa de Medicamentos. O evento, realizado em âmbito nacional, aconteceu no formato presencial, na sede da ABES-SP, na capital paulista, com transmissão pelo canal da ABES no YouTube. A ocasião, foi mostrado como está o andamento da iniciativa e o desenvolvimento da política pública da logística reversa de medicamentos no Brasil.

Apresentado por Roseane Garcia, diretora da ABES-SP, coordenadora das Câmaras (Temática e Técnica/SP) de Resíduos Sólidos da associação e integrante do Grupo Mulheres do Brasil; e Dante Ragazzi Pauli, coordenador da Câmara Temática de Comunicação da ABES; o evento reuniu Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil; Soraya Smaili, professora e ex-reitora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), coordenadora da campanha “Remédio: não usou descartou”; Serafim Branco Neto, assessor da Presidência da Abrafarma – Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias; Diego Paludetti, coordenador de Qualidade e Meio Ambiente do Sindusfarma – Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos; e Oscar Yazbek Filho, presidente-executivo da Abafarma – Associação dos Distribuidores Farmacêuticos do Brasil.

Roseane Garcia, que também moderou o encontro, informou detalhes sobre a campanha e sua importante contribuição para a sociedade, ressaltando o movimento bem-sucedido da iniciativa que arregimentou os principais representantes da cadeia de valor do setor. Também destacou que a ABES em abril de 2024, realizará o 1º Congresso Internacional de Resíduos Sólidos, em São José dos Campos.

Segundo a engenheira, o ponto de partida sobre a logística reversa foi a norma nacional ABNT NBR 16457:2016, que especifica sobre a logística reversa de medicamentos de uso humano vencidos e/ou em desuso. Roseane contou que no ano de 2020 foi publicado o Decreto Nº 10.388, de 5 de junho de 2020, que instituiu a logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso humano, industrializados e manipulados, e de suas embalagens após o descarte pelos consumidores. “Com isso, o Brasil teve um avanço na logística reversa nos produtos de saúde, notadamente os medicamentos, com regras para consumidores, varejo, distribuidores, importadores e fabricantes, onde o consumidor deve levar os medicamentos vencidos em farmácias e drogarias, pontos já cadastrados. Distribuidores são responsáveis pelo transporte das farmácias aos pontos de armazenamento secundário e, fabricantes e importadores são responsáveis pelo transporte dos medicamentos, dos pontos de armazenamento secundário até os locais de destinação final ambientalmente adequada.

No Brasil, temos dois processos de logística reversa: aquele feito conforme o Decreto 10.388/20 e que tem compartilhamento de custos entre varejo, distribuição e fabricante; e outro feito pelas farmácias e drogarias, que se responsabilizam pelo recebimento, coleta e descarte dos medicamentos recebidos pela população. “Para que esse processo seja eficiente, campanhas de esclarecimento para população são de fundamental importância, e, é isso que o encontro tem como objetivo. Vamos mostrar como a população pode colaborar para que o recolhimento seja feito adequadamente e, com isso, diminuir a contaminação do solo e das águas”, frisou Roseane Garcia.

As boas-vindas aos especialistas convidados e participantes foram conduzidas por Dante Ragazzi Pauli. Ele ressaltou o papel da ABES em trabalhar em prol do saneamento ambiental, e vem, ao longo do tempo, ampliando sua visão para atender às necessidades que o país precisa, especialmente no que tange às ações de melhorias da comunicação do setor de saneamento ambiental junto à sociedade em geral. “É importante salientar a importância das pessoas que estão aqui, neste encontro, para debater este tema tão importante para todos”, enfatizou, discorrendo sobre a participação da associação nas principais iniciativas, especialmente, as legislativas, que culminam nas políticas públicas necessárias, como as que envolvem os resíduos e, mais atualmente, a de logística reversa dos medicamentos.

O painel foi iniciado com a participação de Soraya Smaili, coordenadora da campanha campanha “Remédio: não usou descartou”, que ressaltou a importância da comunicação para alavancar a campanha e contou detalhes do seu desenvolvimento e como está seu status atual.  “Agradecemos à ABES, em especial à Roseane Garcia, por nos ajudar na estruturação da campanha e, principalmente, no embasamento mais teórico sobre as leis da Política Pública”, declarou. A professora comentou também a parceria com o Grupo Mulheres do Brasil, ressaltando o quanto preza a ligação entre a Ciência, a Universidade e a Sociedade Civil Organizada neste tipo de empreendimento.

Na sequência, a presidente do Grupo Mulheres do Brasil, Luiza Helena Trajano, destacou o histórico do grupo, que celebrou, em outubro passado, 10 anos.

De acordo com Luiza Trajano, a iniciativa foi criada com um firme propósito de reunir as mulheres de todos os segmentos, classe econômica, que não fosse contra os homens, mas a favor das mulheres, e que tem entre as suas premissas ser um grupo político, pois sabe que são as políticas públicas que mudam o país. Luiza elucidou que não se trata de um grupo partidário, mas que busca a igualdade de direitos para todos, sem distinção. “Isso vai ao encontro do que acredito, pois meu forte é a sociedade civil organizada”, disse elogiando a ABES pelo encontro e apoio a campanhas como esta, da logística reversa dos medicamentos.

Luiza Helena Trajano, que também preside o Conselho do Magazine Luiza, lembrou toda a empreitada na promoção da campanha “Unidos pela Vacina”, no início da pandemia de covid-19, e o aproveitamento da herança da expertise construída em prol da vacinação em nível nacional e sua importância à área da Saúde para participar da campanha da Logística Reversa de Medicamentos da ABES e seus parceiros. “Estou muito feliz de estar em uma área que também está ligada à logística reversa. O maior problema de um país como o Brasil é de logística reversa em todos os sentidos, seja relacionado a eletrodomésticos, seja medicamentos. Então, vislumbramos juntar todas as associações que trabalham com essa área, pois ela é uma grande alternativa para resolver o problema do descarte adequado dos produtos”, exemplificou, agradecendo a todos os parceiros pela iniciativa na área dos medicamentos.

Voltando para Soraya Smaili, a professora mostrou o desenvolvimento da campanha “Remédio: não usou descartou” pelo bem da sua saúde e do planeta. “A ideia é contemplar todo o conceito de saúde, levando para a população uma comunicação simples, mas que sintetize que se jogarmos o remédio no vaso sanitário ou na pia, o remédio volta para a pessoa. Assim, demonstramos o mal que essa conduta causa e que descartar o remédio inadequadamente contribui negativamente para sua própria saúde, do planeta e do meio ambiente”, discorreu Soraya, entre outros detalhes.

A roda de conversa teve continuidade com as presenças de Serafim Branco Neto, da Abrafarma; Diego Paludetti, do Sindusfarma; e Oscar Yazbek Filho, da Abafarma. Os especialistas discorreram sobre as ações de cada entidade em prol da campanha, com informações de caráter técnico, elucidando várias questões que permeiam o setor de medicamentos e sua cadeia de valor, bem como mostrando a força do Grupo Mulheres do Brasil, a necessidade de entendimento sobre a legislação, a comunicação adequada e a importância da união entre todos os envolvidos para o desenvolvimento bem-sucedido da campanha.

“Estamos todos unidos nesse trabalho”, enfatizou Para Serafim Branco Neto. “Nós, do setor farmacêutico, já estamos no caminho da logística reversa há muito tempo, enfrentando diversos desafios, como extensão territorial, comunicação, adesão e conscientização da população, ausência de aterros sanitários em todos os estados, criação de uma API para integração com os diversos sistemas de gerenciamento existentes (federal, estadual e municipal), como a LOGMED, desafios culturais, entre outros”, detalhou, acrescentando: “a parceria com o Grupo Mulheres do Brasil foi fundamental para vencer vários desses desafios. Hoje, neste evento, podemos mostrar esses avanços, pois tudo foi discutido aqui, pensado e estruturado com o apoio de todos esses parceiros, e especialmente da ABES, na busca de como normatizar e padronizar a logística reversa de medicamentos”.

Segundo Diego Paludetti, a campanha está sendo uma referência para todos, pois suas orientações sobre para onde encaminhar e descartar corretamente os medicamentos atendem a uma lacuna informativa de toda a sociedade. “Este não é um problema só no Brasil e, diante do número de pontos para descarte que já temos, entre outras iniciativas que contemplam o processo de logística reversa, nosso país está entre os primeiros mais avançados”. Ele reforçou que a comunicação é fundamental para engajar todos os cidadãos. “A comunicação simples, não somente para a população, mas para o profissional farmacêutico, faz a diferença para o sucesso da logística reversa”, salientou.

Na visão de Oscar Yazbek Filho: “eventos como este são importantes para enriquecer o conhecimento de todos sobre os vários temas que compõem a logística reversa dos medicamentos. E o papel da ABES nesse trabalho tem sido fundamental”. O executivo afirmou que a união pela vacina e depois a união pela saúde, em nível nacional, mostrou que esse é o segredo e a base de tudo. “Sem a união do setor farmacêutico, não teríamos alcançado esse estágio da campanha, encontrado as soluções necessárias e que fossem viáveis para todos dessa cadeia. Estamos ampliando esse trabalho, no sentido de promover a união com outras entidades e com a sociedade. Só assim vamos conseguir chegar à logística reversa de uma forma mais efetiva”, pontuou.

Ao final, houve um bate-papo entre todos e com colaboração de outros participantes, reiterando o valor da campanha e com mais informações de como aderir e ajudar no engajamento da população.

Roseane Garcia apontou algumas questões relevantes para orientações ao público presente e que acompanhava online. Além disso, os especialistas deram diversas sugestões para ampliar o alcance da campanha e angariar o engajamento mais efetivo dos cidadãos, instituições públicas, como as prefeituras, e entidades privadas, visando construir uma logística reversa de forma efetiva.

Reveja ou assista o encontro na íntegra: