Autoras do projeto “A biodegradação do estradiol e sua importância para a conservação do ecossistema”, estudantes estão na reta final para prestar o vestibular e pretendem seguir carreira na área ambiental.
Por Rhayana Araújo
Bianca Cavalcanti do Nascimento e Maria Clara Miranda de Sousa, ambas com 17 anos, estudantes do Colégio Militar do Recife-PE, são finalistas da etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2021, realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, por meio do programa Jovens Profissionais do Saneamento – JPS.
O trabalho vencedor será conhecido neste sábado, 5, Dia do Meio Ambiente, às 14h, em cerimônia virtual por meio do ABES Conecta. Para assistir, inscreva-se aqui.
Bianca e Maria Clara concorrem com o projeto “A biodegradação do estradiol e sua importância para a conservação do ecossistema”. As jovens estão na reta final para prestar o vestibular e a carreira a se seguir é uma temática recorrente no dia a dia delas, que pretendem investir seus estudos na área ambiental. E o trabalho finalista é um norteador dessa escolha.
Bianca diz que almeja seguir na área do Direito, com ênfase no direito ambiental: “ Eu quero seguir na área acadêmica, então irei continuar a produzir trabalhos acadêmicos com teor ambiental, principalmente, porque aqui no Brasil as leis ambientais carecem de uma efetividade e da atualização acerca de novas problemáticas ambientais, como a dos contaminantes emergentes”, afirma Bianca.
Já Maria Clara pensa em entrar no campo da Medicina. “Me interesso muito pela área de pesquisas de vacinas, soros e o cuidado com a saúde humana”, destaca.
Sobre serem finalistas de um prêmio tão importante, elas destacam que estão em êxtase. “É muito gratificante perceber que um prêmio em proporção nacional reconhece o nosso árduo trabalho e o qualifica digno de representar nosso país em um prêmio internacional”, celebram.
Biodegradação do estradiol
O trabalho de Maria Clara e Bianca aborda a biodegradação bacteriana do estradiol no tratamento de efluentes como alternativa para a preservação do ecossistema. Segundo as estudantes, o estradiol é um hormônio natural feminino que pode ser encontrado de forma sintética em diversos medicamentos e, em sua maioria, nos anticoncepcionais. Essa problemática, por mais que invisível, pode trazer enormes prejuízos à fauna e à flora.
A dupla explica que no Brasil existe uma cultura de sobre utilização desses fármacos, o que causa um desequilíbrio estrutural no meio ambiente, já que esses acabam por prejudicar o sistema endócrino de diversos seres vivos. “Além disso, o Brasil não possui uma legislação que delimite o despejo desses microcontaminantes e sua concentração é constantemente ultrapassada. Por isso, decidimos desenvolver uma alternativa para o tratamento desse fármaco com a utilização de bactérias que, em meio aquoso, degradam o hormônio sintético, preservando o meio ambiente”, explicam Bianca e Maria Clara.
As finalistas destacam, ainda, que o trabalho tem uma grande importância para a conservação do nosso ecossistema, pois muitos dos problemas no mundo acontecem decorrentes de ações antrópicas que causam consequências a longo ou curto prazo. “Os microcontaminantes emergentes são um problema que vêm se acumulando a muito tempo em pequena quantidade de matéria. Entretanto, quanto mais tempo se passa mais essa concentração aumenta e as tentativas de evitar o problema não se efetivam. Além de resolvermos os obstáculos que ocorrem agora, devemos procurar um meio de evitar efeitos piores no futuro, em busca de manter o nosso ecossistema vivo. Por isso, nosso trabalho é fundamental para percebermos que não temos mais tempo para solucionar dificuldades quando elas chegam, e sim evitá-las ao máximo”, enfatizam.
Para chegar a este tema, a dupla realizou diversas pesquisas até se depararem com a problemática dos contaminantes emergentes e, junto com o professor orientador, José Antonio Ribeiro, traçaram um projeto em torno do estradiol e propuseram uma solução para essa problemática pouco evidenciada.
José Antonio Ribeiro desenvolve projetos na área de sustentabilidade e recursos hídricos há quase 15 anos. “Fazer parte da seleção do Prêmio Jovem para Água de Estocolmo é enxergar a possibilidade de mostrar ao Brasil e ao Mundo, as alternativas viáveis para soluções de grandes problemas ambientais”, destaca o orientador do trabalho finalista.
Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2021
No dia 7 de maio deste ano, foram selecionados quatro projetos para apresentação individual da etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, que será realizada no dia 5 de junho, no formato online. Os vencedores deste processo irão concorrer na segunda etapa internacional, que será realizada na cidade de Estocolmo, na Suécia, no dia 24 de agosto. A premiação será feita em dinheiro. A premiação motiva jovens com idade entre 15 e 20 anos de todo o mundo para buscar soluções e enfrentar os desafios relacionados à água, ao saneamento e ao meio ambiente. Clique aqui e conheça os demais trabalhos finalistas da etapa brasileira do Prêmio.
Maria Fernanda Garrubo Bentubo, coordenadora do JPS-SP faz parte da coordenação do prêmio. Ela destaca que toda a Comissão Organizadora desenvolveu e cultivou um carinho especial por todo processo, pelos alunos e orientadores. “No momento que vivemos no mundo, falar de ciência, educação e soluções sustentáveis e inteligentes é extremamente necessário! O Prêmio Jovem da Água de Estocolmo nos dá esperança na juventude, nos surpreende em vários aspectos e potencializa o Brasil. Os patrocinadores, apoiadores e mentores são peça chave pra tudo isso acontecer, pois para representarmos o Brasil na Suécia, dá muito mais trabalho do que se imagina”, enfatiza.
Este é o segundo ano que a ABES, por meio do JPS, organiza a etapa brasileira da premiação. “Assumimos com um desafio gigante que é a pandemia, tanto para o desenrolar do prêmio, quanto para o próprio desenvolvimento dos projetos. Ainda precisamos de toda ajuda possível para a divulgação do prêmio em cada cantinho do Brasil”, reforça Maria Fernanda.
Sobre o JPS
O Jovens Profissionais do Saneamento – JPS é um programa de desenvolvimento contínuo com objetivo de despertar habilidades e lideranças entre os jovens que atuam na área do saneamento ambiental, para satisfazer as necessidades presentes e futuras do setor.
Clique aqui para saber mais e sobre como fazer parte do JPS.
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Muito interessante ter brasileiras representadas em um prêmio tão importante, parabéns!
Muito orgulho dessa dupla de mentes brilhantes, Maria Clara e Bianca.
“Meu Deus, obrigada por poder ver essa maravilha e ter a certeza de que teremos um futuro promissor, que temos jovens engajados buscando um presente e um futuro melhor!”
Jovens, parabéns, vocês são incríveis super heróis!!!
Professores, orientadores, mestres e doutores, saibam que vocês são a melhor das melhores coisas que poderiam ter acontecido e passado na vida desses jovens!!! Minha admiração, respeito e gratidão!! Vocês são muito mais do que Ciência, vocês são os Anjos dos nossos filhos!! Obrigada ❤️
Colégio Militar do Recife, Comissão organizadora, muito obrigada pela experiência proporcionada, vocês são incríveis!!! Tudo ficará eternizado em nossas vidas, que coisa linda!!! Show de bola!!!