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9º Seminário de Perdas: com presença de especialista internacional, painel discute nível econômico de perdas de água

A discussão teve participação de Marcelo Depexe, engenheiro da Sanepar, Alan Wyatt, consultor Internacional, acompanhado de Milene Aguiar, consultora do BIRD e do Banco Mundial, e Elton Gonçalves, consultor independente especialista em Controle de Perdas.  

O segundo dia do 9º Seminário Nacional de Gestão de Perdas e Eficiência Energética começou discutindo o nível econômico de perdas, nesta quarta-feira, 19 de outubro, com presença do consultor internacional Alan Wyatt. O maior evento sobre o tema no Brasil é uma realização da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária – ABES e da Seção São Paulo, por meio de suas Câmaras Temática (nacional) e Técnica (estadual) de Gestão de Perdas e Eficiência Energética. O seminário aconteceu online, em plataforma exclusiva e ficará disponível para os inscritos por 90 dias. 

O quarto painel do seminário, “Nível Econômico de Perdas”, teve apresentação do coordenador da Câmara Temática de Gestão de Perdas de Água e Eficiência Energética da ABES, Ricardo Röver Machado, e mediação do consultor Jairo Tardelli. Os palestrantes convidados foram Marcelo Depexe, engenheiro na Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar e Alan Wyatt, Consultor Internacional, acompanhado de Milene Aguiar, consultora do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD e do Banco Mundial, e Elton Gonçalves, consultor independente especialista em Controle de Perdas. 

O moderador Jairo Tardelli abriu a discussão apresentando o trabalho guia publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, em 2021, para determinar o nível econômico de perdas e metas progressivas de controle (Guia NEP). “O material foi baseado na modelagem do Alan Wyatt, com a colaboração de vários profissionais. Além da metodologia proposta, foi delineado um grande painel da situação dos municípios brasileiros a respeito do nível econômico de perdas, a partir dos dados do SNIS tanto de perdas aparentes quanto de perdas reais”. Segundo Tardelli, o documento tem sido discutido, aplicado por algumas companhias reguladoras, e tem um caráter evolutivo, que pode ser revisto e republicado sempre que houver novas contribuições para que sempre seja uma boa referência sobre esse tema no Brasil.

Marcelo Depexe, da Sanepar, contou que sua jornada na questão do nível econômico de perdas começou em 2010, quando assistiu a uma apresentação de Alan Wyatt. Em sua apresentação, Depexe passou uma visão geral técnica sobre o que é o nível econômico de perdas, como a Sanepar tem aplicado a técnica do guia NEP e a personaliza. “Em linhas gerais, o modelo ajuda a responder algumas questões muito antigas que sempre se fez, mas que as respostas não são fáceis. Por exemplo: qual o índice de perdas aceitável; quanto vale a pena investir; e qual local deve ser priorizado”, destacou.

Depexe explicou que “após a elaboração do modelo econômico para vários locais ou DCMCs, os dados gerados permitem análise para: priorizar perda por vazamento, submedição e uso não autorizado; comparar potenciais de redução; comparar potenciais de redução versus aumento do investimento necessário; planejar e adequar plano de pesquisa de vazamentos; e identificar locais com necessidade de gestão da pressão ou troca de rede”, afirmou o palestrante.  

A apresentação de Alan Wyatt foi dividida em três partes: a primeira, sobre avaliação de perdas no Texas, um trabalho feito e publicado por ele; a segunda parte sobre análise fronteira e sua relação com o Nível Económico de Perdas; e a última parte, apresentada por Elton Gonçalves, sobre essa análise de fronteira no Brasil. 

Wyatt e Milena Aguiar falaram sobre o estudo feito por Alan dentro do contexto de seca severa no Texas, onde a fonte de água era negligenciada. “A ideia desse estudo realmente é determinar a quantidade de água que está sendo perdida e estimar uma uma redução potencial nessas perdas”, afirma Milena, acrescentando que a análise era uma estimativa. 

Segundo o consultor, entre os propósitos do estudo, estava “determinar a quantidade de perda de água em todo o estado – diferentes regiões e empresas de água de tamanhos diferentes; estimar a redução potencial da perda de água – sem realizar um extenso estudo econômico de perda de água; e comparar a redução potencial da perda de água com a redução esperada com projetos recomendados no Plano Estadual de Água”. 

As suas recomendações foram: programa regional de validação da auditoria de perda de água; coletar e analisar mais dados sobre o custo e a economia de água de várias tecnologias de redução de perda de água; mais ênfase no papel da redução da perda de água no planejamento hídrico; treinamento para Grupos Regionais de Planejamento Hídrico e Empresas sobre como elaborar projetos de perda de água; e alocação de subvenções e financiamento de empréstimos para grandes concessionárias acima do nível de “Desempenho Médio”, pelo menos no curto prazo. 

Na segunda parte, falaram sobre o que é análise de fronteira, como funciona, como é feita a avaliação do desempenho do Controle de Perdas de Água e como esta ferramenta pode ajudar no Planejamento e na Gestão das Perdas de Água. 

Wyatt concluiu que o “potencial de ‘abastecimento’ de água da redução da perda de água foi significativamente subestimado. A perda de água pode ser reduzida significativamente, atendendo grande parte do crescimento da demanda municipal; mais projetos de redução de perdas podem ser preparados e recomendados por Grupos de Planejamento Regional; e, em geral, o custo da redução da perda de água é menor do que a maioria de todos os suprimentos alternativos de água”. 

Por último, Elton Gonçalves, falou sobre a análise de fronteira no Brasil. “A aplicação para as Companhias de Grande Porte de Abrangência Regional; a aplicação para municípios de uma Companhia de Grande Porte de Abrangência Regional; e os desafios e oportunidades para a análise de fronteiras no Brasil”. 

9º Seminário Nacional de Gestão de Perdas e Eficiência Energética, o maior evento sobre o tema no Brasil, trouxe especialistas de diversas áreas do saneamento do país para compartilhar conhecimentos e experiências práticas para o enfrentamento das perdas de água e a busca de eficiência energética nos sistemas de abastecimento.

O evento foi composto de 6 painéis idealizados criteriosamente de modo a garantir a participação do público por meio perguntas aos palestrantes, reconhecidos expoentes nestas áreas de conhecimento, que apresentaram conteúdos teóricos e práticos.

6 Comentários em 9º Seminário de Perdas: com presença de especialista internacional, painel discute nível econômico de perdas de água

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  2. Favor corrigir o nome da consultora: MILENE AGUIAR… não é Milena.

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