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Debate sobre cidades inteligentes e o manejo das águas pluviais urbanas é destaque no 31º Congresso da ABES

Segundo especialiatsas, a área, ainda deixada de lado nas políticas públicas, é hoje uma das que mais oferecem oportunidades dentro do saneamento básico.  

Por Equipe de Comunicação ABES

Pesquisadores discutiram, em 20 de outubro, último dia do 31º Congresso da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, em Curitiba/PR, a infraestrutura de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, que não têm como função apenas controlar as inundações urbanas, mas também restituir a convivência harmônica das cidades com suas águas. O debate aconteceu durante o Painel “Cidades Inteligentes e o Manejo das Águas Pluviais Urbanas”. Atualmente, a área é uma das que mais oportunidades oferecem a quem se dedica ao saneamento básico, de acordo com os especialistas. Confira o álbum de fotos (oficial) aqui e do público aqui.

O painel foi moderado por Luis Eduardo Grisotto, coordenador adjunto da Câmara Temática de Drenagem Urbana e Gestão de Águas Pluviais da ABES, diretor da ABES-SP e da Cobrape (Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos). O debate teve também a participação de Carlos Mello Garcias, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR; Luiz Fernando Orsini de Lima Yazaki, coordenador da Câmara Técnica de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da ABES; e de Juliana Alencar, professora na Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo – FATECSP e no Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo -POLI-USP, e coordenadora de Engenharia na Phytorestore Brasil.

Juliana Alencar trouxe aspectos de drenagem sustentável e recuperação de rios, com olhos para oportunidades de avanços nas cidades. “Infelizmente o tema ainda é pouco associado ao saneamento básico, então este espaço no evento é muito importante. Ela está integrada às questões de esgoto, resíduos sólidos, e debater o assunto faz muito sentido dentro do contexto do novo Marco Legal, que traz possibilidades de trabalho com sistemas de drenagem urbana”, discorreu.

Para Juliana, este não é um assunto do futuro, situações que vamos enfrentar. “Já estamos vivenciando, é algo do presente e urgente. Tenho trabalhado muito com sistemas de drenagem sustentável, visando recuperação de rios, propiciando um manejo adequado das águas nos contextos urbano e rural, com soluções baseadas na natureza. Enxergar as potencialidades de cada território é nosso grande desafio, deixando de lado algumas abordagens ultrapassadas. Não é porque funciona que não pode ser melhor. Precisamos apostar nas soluções baseadas na natureza a nosso favor”, comentou.

Luiz Fernando Orsini comemorou o espaço aberto para a discussão do tema na 31ª edição do Congresso da ABES. “Por muitos anos o foco do saneamento básico ficou em esgoto e distribuição de água. Agora, abrir espaço para esse componente é fundamental já que o tema não recebe a devida atenção nos debates de políticas públicas. Ele tem sido deixado de lado pelos gestores do país e a população tem sofrido tremendamente com enchentes e outros extremos climáticos. Não podemos aceitar que a culpa por enchentes foi do excesso de chuvas. Foi porque nada foi planejado. Então é preciso dar mais atenção ao tema. Sem falar que a drenagem é o que mais traz oportunidades de investimentos atualmente no Brasil”, analisou.

Carlos Mello destacou a importância do painel para a evolução das cidades. “Quando observamos as quatro vertentes do saneamento básico (água, esgoto, resíduos e drenagem), a drenagem vem por último, sempre ausente nas prioridades das cidades. Então, este espaço no congresso é uma oportunidade para mostrar que precisamos tê-la no mesmo patamar de importância dos elementos do saneamento. Se falarmos em cidades sustentáveis e inteligentes, precisamos falar de manejo de águas urbanas. É preciso parar de dizer que não é viável”, argumentou o especialista.

Já que Luis Eduardo Grisotto ressaltou que a discussão sobre o tema no congresso é fundamental para disseminar conhecimentos, para que ele chegue a todos os públicos, principalmente gestores e legisladores, atraindo investimentos e financiadores.

“Tratar de drenagem urbana é tratar de cidades inteligentes, organizadas, planejadas, de territórios que tenham função social. Ela sempre foi deixada de lado nas cidades brasileiras e hoje, num contexto de mudanças climáticas, de temperatura, nos acende um alerta de eventos extremos que podem atingir as cidades. Por isso, debater o tema é debater o funcionamento das cidades, caminhos, soluções, ordenamento de territórios para ensejar mais saúde e qualidade de vida para a população”, detalhou.

O 31º Congresso da ABES, o mais importante evento de saneamento ambiental do Brasil, foi realizado entre os dias 17 a 20 de outubro, juntamente com a Fitabes 2021, Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental, em formato híbrido: presencialmente, no Expo Unimed Curitiba, na capital paranaense, e virtualmente, em plataforma digital. Esta edição do encontro teve como tema central “Cidades Inteligentes conectadas com o saneamento e o meio ambiente: desafio dos novos tempos”. Algumas atividades foram abertas ao público e transmitidas pelo canal da ABES no YouTube. Acesse aqui.     

 

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