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Estudante do Rio Grande do Norte vence etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo com projeto inovador de pesca sustentável

Francisco Gabriel Melo de Lima, de 18 anos, representará o Brasil na etapa internacional do prêmio, em Estocolmo, com pesqueiro ecológico feito de madeira de algaroba

Um projeto sustentável que alia preservação ambiental, combate à pesca predatória e uso inteligente de uma espécie invasora foi o grande vencedor da etapa brasileira do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (Stockholm Junior Water Prize – SJWP), realizada nesta segunda-feira (2), no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

O destaque ficou com o trabalho “Pesqueiro Sustentável para a Pesca da Lagosta”, desenvolvido pelo estudante Francisco Gabriel Melo de Lima, da Escola Estadual Professora Josélia de Souza Silva, no Rio Grande do Norte, com orientação do professor Dalison Vitor de Souza.

O projeto propõe um novo modelo de armadilha para a pesca da lagosta, feito a partir da madeira da algaroba — uma planta exótica e invasora no semiárido nordestino. O pesqueiro ecológico evita a captura de lagostas juvenis e não polui o oceano, ao contrário dos métodos tradicionais que usam pneus, tambores e marambaias. Ao fim de sua vida útil, o dispositivo ainda se transforma em substrato para recifes de corais e fertilização do solo marinho.

Francisco Gabriel agora representará o Brasil na final internacional do prêmio, que acontecerá em agosto, na Suécia, reunindo jovens talentos de mais de 30 países.

“Uma pesca consciente não é apenas uma escolha — é a única maneira de garantir que as futuras gerações herdem mares vivos, ricos e cheios de possibilidades”, destacou o estudante em sua apresentação.

Juventude, ciência e clima rumo à COP30

A edição 2025 do Prêmio teve como tema “Juventudes pelo amanhã: Ação e Resiliência em Defesa do Clima rumo à COP30”, em referência à Conferência do Clima da ONU que será realizada em Belém, em novembro. O evento reuniu estudantes, educadores, especialistas, investidores e autoridades públicas de todo o país em uma celebração da ciência feita por jovens.

Organizado pela ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, por meio do programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS), em parceria com a Brazilcham Sweden, o SJWP é considerado o “Nobel da Água Jovem” e é apoiado por instituições como Banco do Brasil e CEDAE.

“O Prêmio tem um papel fundamental em despertar nos jovens a consciência de que eles podem ser protagonistas de soluções para os desafios reais que enfrentamos, especialmente na gestão da água”, afirma Luan Oliveira, coordenador nacional do JPS-ABES.

Mais do que um prêmio, uma missão global

O SJWP é uma das maiores vitrines da ciência jovem no mundo. A competição busca soluções inovadoras para os desafios hídricos, ambientais e climáticos, sempre com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Além do projeto vencedor, a edição 2025 destacou propostas sobre poluição hídrica, saneamento básico, contaminação por metais pesados e manejo sustentável de recursos naturais. Todos os finalistas demonstraram um compromisso notável com o futuro do planeta, e com o protagonismo da juventude.

Conheça mais sobre o JPS com a entrevista do Luan Oliveira no canal da ABES no Spotify. Segue o link: https://open.spotify.com/episode/6SeyGdkMUX2F02caZEJv0k?si=CummR_JxQh6rpb3VqfskOA