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Rio Water Week: mudanças climáticas e encontro Water and Business marcam segundo dia

O Rio de Janeiro foi palco para o mais importante encontro do mundo sobre água: a Rio Water Week. Inédito no Brasil, o evento foi realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, no Riocentro, Rio de Janeiro, entre os dias 26 e 28 de novembro. O segundo dia da RWW foi marcado pela discussão em torno do tema “Mudanças Climáticas”, um dos 9 grandes temas da realização, e pelo Water and Business, que apresentou a visão de negócios associada a dois principais temas: Segurança da Água e Saneamento.

Para acessar as fotos do evento, clique aqui.

Com moderação de Carlos Motta Nunes, da ANA, a sessão plenária “Mudanças Climáticas” contou com participações de Joakim Giacomoni Vincent, da SIAAP, Paula Kehoe da San Francisco Público Utilities Comission, e Gustavo Mendez, do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID.

“Foi uma plenária com intercâmbio de experiências e conhecimentos para benefícios dos participantes e para as companhias dos países que vieram aqui aprender as diferentes temáticas”, destacou Gustavo Mendez. “É conhecimento para aplicar nos seus países. Pudemos discutir quais são os desafios, o que os países vêm enfrentando com as mudanças climáticas e quais são as medidas para se adaptar e combater os aspectos negativos”, disse.

O especialista do BID aproveitou para agradecer à ABES pelo convite. “Nós também apoiamos a organização do evento e estamos participando como BID em várias atividades”, contou. Organizamos uma sessão muito boa, que discutiu sobre recursos hídricos. Foram mostradas experiências do México e da Colômbia, entre outros. Quem assistiu aprendeu muito com essas experiências” contou.

Segundo ele, na apresentação da França, com Joakim Giacomoni Vincent, foram mostrados os esforços para recuperar a qualidade ambiental dos rios, entre eles, o Sena. Ele destacou, ainda, a apresentação da empreiteira que fez a operação de água do Rio São Francisco e casos da Califórnia sobre o marco das secas que a região vem enfrentando.

“Tivemos apresentação das experiências do marco de apoio do BID nos países da América Latina e Caribe.  O BID apoia países com diferentes iniciativas de financiamento em assistência técnica, investimentos, para planejamento e execução de medidas para se adequar aos efeitos negativos das mudanças climáticas”, ressaltou Mendez. “Apresentamos uma iniciativa de fundo de água bem-sucedida, na qual a nossa missão até 2020 é impactar as bacias onde moram 80 milhões de pessoas. Até 2017 impactamos 40 milhões de pessoas. Estamos bem encaminhados. É uma iniciativa que se envolve no marco da aliança latino americana de fundos de água”, concluiu.

Para Oscar Cordeiro Neto, diretor na Agência Nacional de Águas – ANA, o evento é muito pertinente e oportuno. “Comentei na Plenária de Abertura que a questão da água tem preocupado não só os profissionais da área, mas também a sociedade. É até natural porque nesse ano foi realizado o Fórum Mundial da Água em Brasília. Então, os holofotes se dirigiram para o Brasil, que foi o centro do debate sob a questão mundial da água em suas diferentes dimensões. Água usada economicamente, uso pessoal e meio ambiente”, frisou o especialista, que ministrou palestras no Water and Business e na abertura da RWW. “É natural que houvesse uma discussão mais ampla de caráter internacional como esse evento para trazer ao Rio de Janeiro as grandes questões e desafios do futuro para uma boa gestão do recurso água”, disse, lembrando que o Brasil repete iniciativas que já existem como a famosa e tradicional, Semana da Água de Estocolmo, Semana da Água de Cingapura.

Water and Business

O evento “Água e Negócios” foi desenvolvido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Rede Brasil do Pacto Globale a Confederação Nacional da Indústria (CNI) como uma contribuição do setor privado para a Rio Water Week .

Com moderação de Ana Carolina Szklo, do CEBDS, o painel contou com as participações de Oscar Cordeiro Neto, diretor da Agência Nacional de Águas – ANA, Jason Morrison, CEO da Water Mandate, Tom Williams, da COO WBCSD.

Ana Carolina agradeceu à ABES pelo convite e oportunidade. “É uma chance oportuna para as instituições se reunir e cada uma mostrar os avanços de suas agendas. Consolida uma parceria. É uma resposta muito importante para as empresas, o setor privado e a sociedade civil”, ressaltou. É um ano importante para a água no Brasil em função de termos sediado o Fórum Mundial da Água e, ao mesmo tempo, a oportunidade de conciliar essa agenda. A Sabesp trabalhou fortemente para que o Brasil e o setor privado deixassem um legado.

Ela explicou que 25 CEOs se para desenvolver e estabelecer em conjunto um compromisso do setor privado brasileiro pela segurança hídrica. Neste contexto, foram estabelecidas seis metas que vão ser cumpridas até 2025. “Já temos um marco para apresentar o avanço das empresas em 2025. Vamos apresentar um primeiro resultado em Dacar, no Senegal, no próximo ao Fórum Mundial da Água, me 2021”, adiantou Ana Carolina.

Para o palestrante Tom Williams, o encontro coroou uma longa relação com os brasileiros. “Tem sido muito bom encontrar tantos amigos com os quais tenho grandes conexões, tenho uma excelente relação com a ABES e as companhias brasileiras. Tenho focado em negócios de água e nas organizações do Brasil. Temos trabalhado para ajudar os negócios brasileiros de água com impactos positivos. E o que estou fazendo aqui é unir essas empresas.”

Aquasfera

No painel, a RWW, foi lançado o Aquasfera, um hub digital de boas práticas de gestão hídrica, que está disponível no site do CEBDS. “O Aquasfera vai identificar de forma clara as metas que estão colocadas, as empresas que estão cumprindo essas metas, programas, iniciativas, monitoramento, indicadores que serão implementados e todo o acompanhamento disso”, explica Ana Carolina. “O hub vai disponibilizar publicações, fazer conexão com outras plataformas e permitir a participação de empresas que não fazem parte do CEBDS e que queiram aderir ao movimento. Fica aqui o convite para todos participarem.”

Veja como foi a programação do Water & Business:

Tema: Contextualização dos desafios hídricos globais e o papel do setor privado para endereçar estes desafios: o panorama da visão de negócios para a questão da segurança hídrica e saneamento, com Jason Morrison (CEO Water Mandate). Oscar Cordeiro (ANA)  e Tom Williams (WBCSD).

Fala institucional das ações pós Fórum Mundial da Água, seguido de debate da colaboração entre agendas e perguntas do público: Ana Carolina Szklo (CEBDS), Davi Bomtempo (CNI) e Fernanda Arimura (RBPG).

Boas práticas para água – business case: lançamento do Instituto Iguá de Sustentabilidade e programa “Aliança Água + Acesso”
Renata Ruggiero Moraes (Instituto Iguá).

Segurança Hídrica
Painel 1 – O setor privado como parte da solução, com moderação de Giuliana Chaves Moreira (RBPG)e participações de Daniela Redondo – Coca-Cola, Filipe Barolo – Ambev, Ivan Mello e Silva – FIRJAN e Silvana Saleme Diaz – Nestlé.

Segurança Hídrica como oportunidades de negócios, com moderação de Ana Carolina Szklo (CEBDS) e particiapações de Alejandro Okroglic – Philip Morris, Marcelo Cerqueira – Braskem e Orson Ledezma – ECOLAB.

Sessão – Saneamento
Painel 3 – Contribuição do setor privado para a universalização do saneamento: desafios e oportunidades, com moderação de Tien Shiao (Pacific Institute) e palestras de Alexandre Lopes – ABCON/SINDCON, Daniela Sandoval – BRK Ambiental e Hamilton Amadeo – AEGEA saneamento.

Painel 4 – Financiamento do setor privado para o saneamento, com moderação de Alexandre Villela (Fiesp) e palestras de Pedro Alves – CEO da BMPI Saneamento e Thadeu Abicalil – Banco Mundial.

Segundo dia: temas fundamentais para o setor

“O assunto tratado aqui sobre eficiência energética é fundamental para o setor de saneamento. Foi importante a ABES ter trazido esse tema para a Rio Water Week porque é muito complexo dentro das companhias de saneamento. Trabalhar em um setor que demanda muita energia é importante. Um evento internacional como esse, traz boas oportunidades. Vemos as coisas que estão acontecendo em outros países. Assisti palestras que me trouxeram muita informação e possibilitar essa troca de conhecimento é muito válida para as empresas participantes do evento.” Edmylson Santos, da Sanepar, palestrante na Sessão SISTEMAS DE GESTÃO DE ENERGIA EM SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA.

“A minha participação foi muito produtiva até para o trabalho que desenvolvo na Bacia de Piracicaba e Jundiaí. As experiências trazidas pelo pessoal dos Estados Unidos pelo caso de agricultura serão úteis na execução do meu trabalho”, Jorge Mercanti, do Consórcio PCJ “PLANEJAMENTO DE ÁGUA DE REÚSO PARA GARANTIR ÁGUA SEGURA E ECONOMICAMENTE ACESSÍVEL PARA TODOS.

“Debatemos sobre a implementação da ISO 50001, que é sobre a gestão ineficiente de energia dentro de uma companhia. Necessidade monitorar, medir, registrar e que trabalhe o comprometimento das pessoas porque energia é a segunda maior despesa das companhias, em algumas é a primeira. Então, é um insumo que demanda da companhia e do meio ambiente”, Alexandre Gomes de Souza, da Saneago, palestrante na Sessão “PLANEJAMENTO DE ÁGUA DE REÚSO PARA GARANTIR ÁGUA SEGURA E ECONOMICAMENTE ACESSÍVEL PARA TODOS.

O evento está muito rico de informações e estamos aprendendo bastante. Participei de dois painéis referente ao atendimento para baixa renda e vi quantas soluções criativas estão aparecendo. Pra mim, as apresentações estão sendo muito interessantes e adicionou valor ao evento do PNQS, que tem trabalhos mais locais. No evento pude ver experiências internacionais que estão agregando ao conhecimento que temos.” Ângela Biancolin, da Sabesp, palestrante na Sessão “SANEAMENTO INCLUSIVO DA CIDADE” e ÁGUA SEGURA NAS FAVELAS (no primeiro dia).

“Para nós é muito importante participar do nosso próprio evento, apresentando os nossos produtos. O PNQS é um produto muito importante para a comunidade do saneamento brasileiro. Estar aqui com esses palestrantes brilhantes só eleva o nível do nosso Prêmio.” Carlos Schauff – PNQS, palestrante na Sessão COMO MEDIR O DESEMPENHO DOS UTILITÁRIOS DE ÁGUA?

“O painel discutiu sobre como avaliar os serviços de água e esgoto com indicadores objetivos, úteis e informações confiáveis. Pudemos debater sobre metodologias de certificação de informações tanto nacionais, como a iniciativa do projeto ACERTAR, quanto internacionais como a Aquarating, dentre outras iniciativas que observam também a questão da gestão do monitoramento dos indicadores de desempenho, como o PNQS que observa isso pelo aspecto do prestador de serviços e o projeto Sunshine, de Minas Gerais, que observa pelo aspecto das agências reguladoras. Chegamos à conclusão que informações de qualidade são necessárias para melhorar o planejamento, monitoramento e a gestão do setor como um toso. Entendemos que a melhoria na qualidade da informação promova a melhoria da gestão no setor de sanamento.” Samuel Barbi, da ARSAE-MG, moderador na Sessão  COMO MEDIR O DESEMPENHO DOS UTILITÁRIOS DE ÁGUA?

 

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